terça-feira, fevereiro 1

Saraband



Ingmar Bergman


A cumplicidade de duas mulheres. É belo de observar. O reverso da medalha será inevitavelmente acentuado. Cruel. Mas essa é a inevitabilidade da condição humana, neste caso manifestada no feminino.
Vem isto a propósito do último filme de Bergman – que fui obrigado a ver num lugar chamado “Millenium Alvaláxia”, bom para o futebol, mas longe de ser confortável – que se revela belo mas cruel, como a vida.
Sempre que vejo um filme deste realizador fico como se me tivesse dado um soco. Primeiro zonzo, depois dorido e por último reflexivo. A sensação nem sempre é agradável mas é sempre estimulante. Depois de recuperado. Obviamente.
Apesar de tudo vale a pena enfrentar “Alvalaxia” para ver o filme. E este é um em grande, não por aquilo que revela, mas por o que oculta. Não será o silêncio, na música tão importante como o som? Não será a sugestão adivinhada tão importante como a imagem explicitada? A não perder… Com as devidas previdências, claro.

1 comentário:

Ruvasa disse...

Não vi a película. No entanto, tive oportunidade de apreciar uma boa colecção de filmes de Bergman, nos anos 50/60.

A sensação com que ficava sempre era essa precisamente. De choque. Talvez maior mesmo, porque a época era outra e os descobertas e aprendizagens outras igualmente.

Marcou-me bastante e por muitos anos.

* * *

Gosto de o ver por cá.
Keep going!