quarta-feira, agosto 23

Viagens por Espanha



Plaza Mayor - Madrid



Vista Geral- Barcelona

Depois de Madrid, agora Barcelona. Duas Cidades muito diferentes, com dois povos muitos distintos, mas igualmente fascinantes.

A viagem segue dentro de momentos...

sexta-feira, agosto 18

Free World





Muitas capas para um livro que defende convictamente a possibilidade de um mundo livre, só possíveis nesse mesmo mundo.


Timothy Garton Ash é professor de Estudos Europeus na Universidade de Oxford e escreve os seus ensaios para a New York Review of Books e tem uma coluna regular no Guardian. Tendo escrito vários outros livros sobre politica e «história do presente» escreveu em 2004 – primeira publicação na GB on 1 July 2004 com o título de “Free World: why a crisis of the West reveals the opportunity of our time” (Penguin) – este livro Free World – A América, a Europa e o Futuro do Ocidente.
A estrutura do livro aparece dividida em dois capítulos onde o primeiro identifica a “Crise” do Ocidente e o segundo pré-anuncia uma “Oportunidade” para o “mundo livre” se alargar ao planeta, onde o “ocidente” – Europa e América – podem ter um papel central a desempenhar. Em ambos os capítulos, o autor, parte da Bretanha (sua terra natal) para a Europa depois para os EUA e seguidamente para o resto do Mundo.
A capacidade de análise sobre o mundo contemporânea e a forma clara e simples – não simplista – com que o autor identifica o essencial da maneira como nos vemos uns aos outros e de como se comportam os principais “blocos” mundiais, entre si, permitem a qualquer leigo sobre a matéria desmistificar uma série de “falsas” questões empoladas, hoje, no debate público por quem persiste em ver o mundo a preto e branco.
Os problemas que enfrentamos não são simples mas, o autor, defende que para a sua resolução, a Europa e a América podem ter – possivelmente apenas nos próximos 20 anos – um papel central na sua resolução, onde a liberdade obriga a novas responsabilidades como a melhoria das condições de vida para a generalidade da população mundial, colocando um freio ao tipo de desenvolvimento “predador” dos recursos, a que vimos assistindo.
No entanto, o discurso está longe daquela “ganga” já estafada da conversa da anti-globalização, mas reconhece as dificuldades e benefícios, que esta realidade inelutável, pode comportar.
Como exemplo de uma questão de muito difícil resolução que qualquer enquadramento estritamente “ideológico” tende a simplificar sem resolver.
A Politica Agrícola Comum (PAC) é um dos maiores consumidores de recursos do orçamento comunitário na Europa. Isto porque não tendo uma agricultura competitiva subsidia-se os agricultores para não se importar produtos agrícolas. Mais baratos em outras partes do mundo. Assim acontece em outros países desenvolvidos nomeadamente na América. Liberalizando este mercado poderíamos contribuir para a melhoria das condições de vida de países do sul, mais pobres, mas capazes de produzir estes produtos mais baratos. O que lhes permita melhorar as suas condições de vida e diminuir a pressão migratória sobre os países mais desenvolvidos.

Mas tomar medidas destas não é simples para os países mais desenvolvidos, pois lançava-se muitos dos seus agricultores no desemprego. O que para além do problema económico, provocaria alterações na paisagem rural, no seu ordenamento e sustentabilidade, aprofundando a desertificação do “interior” e aumentando a pressão demográfica sobre as cidades. Com todos os problemas sociais e ambientais dai decorrentes. Entre os quais estariam o aumento da dependência de produtos “frescos” por parte dos países mais desenvolvidos para os países menos desenvolvidos. Aumentando a dependência do transporte logo do “custo” energético. Até ver, do petróleo. Como resolver? Estamos perante um verdadeiro imbróglio, sem soluções fáceis. Mas impossível de enquadrar num discurso simplista de Globalização versus anti-Globalização.
(Já imaginaram o Louçã a defender a liberalização do comercio agrícola para beneficio do “terceiro mundo” e contra os agricultores portugueses – mas curiosamente nunca vi fazerem-lhe esta pergunta??? )

Será, no entanto na resolução destes problemas que se podem construir politicas de futuro.

Um livro a não perder para todos aqueles que acreditam que um Free World é difícil mas possível e desejável.

Da Alêtheia Editores.

sexta-feira, agosto 4

O Progresso esse engano





Desde há muito que desconfiamos da crença no “progresso”. Esta ideia definida pelo historiador Sidney Pollard como “ a presunção de que existe um padrão na história da Humanidade…que consiste em alterações irreversíveis numa única direcção, e que essa direcção é para melhor” parece-nos, desde que ultrapassámos a idade dos porquês da história, sem aderência à analise do percurso da nossa espécie ao longo dos milénios.

Ronald Wright - um historiador e romancista inglês, formado em Cambridge e actualmente a viver no Canadá – dá-nos razões de sobra para fundamentar-mos esta nossa descrença no “progresso”. Tentando responder a três questões de sempre do ser humano, coloca-as na boca de Gauguin – sim o pintor – de forma a melhor ilustrar o quadro do desenvolvimento de diversas civilizações.

De onde vimos?
Quem somos?
Para onde vamos?

Ao longo de 134 páginas tenta responder de uma forma simples mas alargada às duas primeiras questões para tentar enquadrar a última delas. Faz uma descrição da nossa “evolução” e analisa as diversas civilizações do passado relacionando o seu declínio com o esgotamento da sua “sustentabilidade”. Ou se quiserem quando o “pé” da civilização se tornou maior que a sua “pegada ecológica” levando-a ao declínio ou mesmo extinção.

A tese é simples: Conterão as civilizações, em si, o gérmen da sua própria destruição?

Wright apresenta-nos diversos casos em que assim foi no passado assim como outros em que assim não aconteceu, desmistificando a ideia de que a “pulsão auto-destrutiva” é um fenómeno contemporâneo. Mas avisa-nos que actualmente temos dois problemas mais difíceis de resolver: Temos uma civilização global, ou seja não temos para onde fugir (só o espaço, dirão alguns) e possuímos tecnologia de destruição massiva (nuclear), o que recomenda mais prudência e contenção ao pendor suicidário que parece caracterizar todas as civilizações.

A não deixar de ler.
"Breve História do Progresso" editado pela Dom Quixote.