sexta-feira, março 16

As praias a que Setúbal tem direito

Setúbal deve ser (re) conhecida pela qualidade de vida que oferece. O potencial que todos lhe reconhecem deve tornar-se, por isso, cada vez mais real. As praias da Arrábida são garantidamente uma das suas joias, quer para quem aqui mora quer para quem a visita.  Nestas encontram-se as praias de Albarquel, a Figueirinha (Bandeira Azul), Galapos e  Galapinhos (eleita em 2017 como Melhor Praia da Europa), além da praia dos Coelhos e do Portinho da Arrábida (eleita como uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal). Apesar da notoriedade já alcançada todos os que as amam e apreciam sabem que são ainda  diamantes em bruto, e que ainda muito (infelizmente) falta para as lapidar. E numa época em que o turismo do País cresce e, dentro deste, a Região de Lisboa se afirma como o seu principal destino, é importante Setúbal valorizar os seus méritos  e corrigir os aspetos menos positivos para não decepcionar a notoriedade já adquirida.
Dois desses aspetos parecem-nos  críticos para que isso possa acontecer: a qualificação das concessões de praia, na qualidade de serviço e nas suas instalações  e a melhoria da sua acessibilidade.  Positivo é, recentemente, a Câmara Municipal de Setúbal, ter chamado a si competências nestas duas áreas  o que à partida pode vir a proporcionar o salto qualitativo desejado, assim se tomem as medidas necessárias.
Começando pela primeira, é difícil aceitar as estruturas abarracadas que, com exceção da Figueirinha, subsistem em todas as restantes concessionárias de praia.  E o pior é que, na maior parte dos casos, a qualidade do serviço não supera a precariedade das instalações, desqualificando o lugar que têm o privilégio de ocupar. Esta situação tem de ser corrigida em diálogo com os empresários, criando a cooperação necessária à melhoria destes aspetos, tão negativos para a imagem das praias.
No que diz respeito aos acessos, o problema é como tornar uma zona limitada, física e ambientalmente, acessível ao maior número em condições de segurança, particularmente entre a Figueirinha e o Portinho. O automóvel gera um estacionamento desordenado e abusivo, por isso a sua gestão e condicionamento têm de acontecer. Deixar de existir é um erro mas regrado e condicionado de forma clara (só de um lado da estrada, por exemplo) é imprescindível.   Conjuntamente, o transporte público, seja de autocarro ou mesmo de barco, tem de aumentar, onde a Câmara poderá ajudar tornando os preços mais atrativos. Também a acessibilidade pedonal e ciclável da via EN 379-1, deverá ser melhorada . Afinal a distância não é assim tão grande.

O desafio está em deixar as praias da Arrábida mais belas e acessíveis ao maior número sejam setubalenses ou não, pois Setúbal a isso tem direito.