sábado, junho 30

Estrada


Fazermo-nos à estrada tem sempre um sabor de aventura. Entre o ponto de partida e oponto de chegada a estrada ocupa o caminho. O espaço entre os lugares. O tempo em que o imaginário deixa o presente e se projecta no futuro.

quarta-feira, junho 27

Goodbye Tony


João Bosco Jacó de Azevedo

Gostando ou não marcou esta década. A "esquerda democrática" não mais voltará a ser mesma.

sábado, junho 23

Uma década


Luís Torgal


Já fez dez anos a nossa filha. Foi em 1997 que nasceu. Pelas 18.30. Num dia de calor. Muito calor. Tem sido, desde então, uma luz nas nossas vidas.
Parabéns Mariana.
Aqui fica uma flor.

sexta-feira, junho 22

Amarcord


A família


A senhora da tabacaria.



A "canalha"


Volpina



Amarcord é um belo filme. Aconselhável a nostálgicos. No dia em que o nosso pai faz 70 anos, foi uma espécie de prenda dada pela RTP1. Apesar de a hora ser muito tardia.

Este é um filme sobre uma realidade que definitivamente mudou. Que já não é reconhecivel pela grande maioria das novas gerações. Tendo nós vivido a infância já nos anos 70, o “ar do tempo”que se respira no filme está muito próximo das nossas memórias. O filme retrata os anos 30, infância de Fellini, o seu realizador. Apesar de ter sido realizado só nos inícios da década de 70. Existem um conjunto de aspectos que são semelhantes: A importância da família alargada, a convivência lenta da vizinhança, uma certa pobreza material mas uma enorme riqueza vivencial. Não nos referimos à multiplicidade de experiências - que não podiam existir num mundo essencialmente rural e provinciano de Rimini, vila natal de Fellini, onde se passa a acção - mas à sua intensidade.
Tudo o que é essencial aqui é retratado de forma exacerbada, quase caricatural.
A importância da família. A educação aparece, mais ligada à imagem dos professores do que aos seus conteúdos, no caso um pouco “absurdos”, no mínimo. Assim como as figuras que os tranmitiam.
A descoberta do amor e o desejo onde Gradisca, Volpina ou a senhora da tabacaria, ocupam o imaginário dos jovens que se perdem por qualquer forma mais voluptuosa.
A comunidade, a politica e a religiosa envolvente é aqui muito presente marcada. Vivia-se a ascensão do fascismo de Mussolini. Com tudo o que isso tem de risível.
Até o aparecimento desta “moda” então recente, das idas a banhos durante o verão é aqui retratada. È bom esclarecer que Rimini é actualmente o “Algarve” lá do sitio.
Mas tudo isto misturado com uma grande dose de “surrealismo” que marca as nossas memórias de infância. Mas (não) serão todas assim? Talvez. Mas a riqueza vivencial essa não sei se não se terá definitivamente perdido. Num mundo de experiências, só aparentemente mais diversificadas, a diversidade só chega quando estão sentados no sofá. E essa não sei se constituirá memória futura? Se chegará.
Mas Amarcord de Fellini é apesar de tudo um filme que poderá ajudar a perceber um mundo que deixou de existir, mas que ainda constitui a memória de muitos entre nós. Particularmente os do sul. Supomos. Num País que só há pouco deixou de ser essencialmente rural este universo ainda faz sentido. Hoje, e apesar de continuar provinciano tornou-se um gigantesco subúrbio. As memórias serão outras.

O filme, esse, uma delicia a não perder.

segunda-feira, junho 18

Divulgação

Convite

"A recente decisão do Governo de efectuar um novo estudo para a análise comparativa da localização futura do aeroporto que substituirá a Portela, e claramente referindo Alcochete como essa alternativa, levanta questões importantes para a região e naturalmente para a sua capital de distrito que é a cidade de Setúbal.
A capacidade potenciadora do investimento e de desenvolvimento económico que um equipamento deste tipo comporta exige que sejamos esclarecidos sobre causas e efeitos e sobre todos os factores presentes e que estão subjacentes à construção deste equipamento, caso naturalmente se venha a concretizar na margem Sul do País.

Por um lado, os investimentos a concretizar na área da península de Setúbal, não só nas infra-estruturas da cidade aeroportuária mas também na construção das acessibilidades, podem ser decisivos no arranque do desenvolvimento económico e na criação de emprego numa região que como é sabido apresenta índices baixos de empregabilidade. É portanto uma oportunidade para a Península de Setúbal e para as empresas aqui sediadas que poderão beneficiar das acessibilidades construídas e os impactos financeiros podem vir a revelar-se na região de uma forma positiva.

Por outro lado, nesta região que tem apresentado os indicadores mais excelsos de protecção e de preocupações ambientais, a zona de Alcochete localizado nas bacias sedimentares do rio Tejo e do rio Sado que inclui algumas zonas especiais de protecção da natureza europeia, ganhou em 2004 o Prémio de Defesa Nacional e Ambiente e está próximo a uma rota de migração de aves pelo que o impacto que a construção de um aeroporto e a sua utilização pode acarretar são assuntos que importa acautelar e discutir com maior ou menor profundidade.

Considerando estes aspectos, a do desenvolvimento económico e a defesa estrita de uma política ambiental, a LASA entende que este assunto é de grande interesse público e da maior actualidade. E uma vez que a proximidade dos meses de Verão não permitiria discuti-lo senão próximo do fim do ano, numa altura em que deverão estarem concluídos os estudos e tomada uma decisão, a LASA considera oportuno neste momento, fazer uma discussão pública sobre os reflexos e os impactos que a construção de um novo aeroporto na margem Sul implicará sobre todos os nós.

Entende também a Lasa que o debate deverá servir para esclarecer algumas das questões mais importantes que rodeiam o assunto, caso dos temas da ecologia e do ambiente, do tráfego aéreo e do direito e também a clarificação de outros locais apropriados e identificados como alternativas à solução OTA.

Assim, a Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão vai promover um debate público sobre a construção do novo aeroporto na margem Sul, em Julho. Pretendemos ouvir os Setubalenses e Azeitonenses, as instituições da cidade e do concelho, para além de instituições representativas do distrito. Deverá ser uma primeira discussão pública de natureza mais genérica a que se deverá seguir no final do corrente ano de uma outra, mais específica.

A Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão convida V.EX.ª a estar presente no debate sobre a “Construção do Novo Aeroporto na Margem Sul”, a realizar no dia 3 de Julho pelas 21 horas no Clube Setubalense. Serão oradores no debate, o General Lemos Ferreira, o Professor Paulino Pereira e o Professor José Manuel Palma.

Esperando contar com a vossa honrosa presença na iniciativa, apresentamos os nossos mais sinceros cumprimentos.


Setúbal, Cidade do Rio Azul, 15 de Junho de 2007
Pela Direcção


Carlos Alberto Pires da Silveira
Presidente
"

segunda-feira, junho 11

Maldito Status



Parece que o dito nos dá cabo da existência. Hoje vamos ter o início de uma série sobre o assunto, que parece valer a pena. A ver vamos.

Na RTP2 pelas 23.45h.

Titulo: Mundos: A Ansiedade Do Status

Sinopse: Somos mais ricos do que nunca. Vivemos mais tempo, temos mais bens e perdemo-nos em grandes luxos. Então, porque não conseguimos ser mais felizes?! Contudo, existe uma preocupação acima de tudo que nos consegue tirar o sono: "o status". Terei sucesso? Será que tenho o carro e as roupas certas? Será que as pessoas pensam que sou um falhado?
Série documental de Alain de Botton, escritor e apresentador de televisão.

Divulgação

A Ad Urbem está a promover um encontro para apresentação e discussão dos projectos de revisão em curso dos diplomas legais do urbanismo e da construção, intitulada, Jornadas de Direito do Urbanismo e da Construção "Os novos regimes legais".

As jornadas realizar-se-ão no próximo dia 14 de Junho, no Auditório principal do LNEC, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, na Av. do Brasil, n.º 101, em Lisboa.

Neste momento encontram-se em fase final de aprovação vários diplomas que vão alterar substancialmente o direito do urbanismo e da construção, nomeadamente:- a proposta de lei n.º 116/X/2, respeitante ao regime jurídico de qualificação profissional exigível aos técnicos responsáveis pela elaboração e subscrição de projectos, pela fiscalização de obra e pela direcção de obra;- o projecto de revisão do Decreto-Lei n.º 38382, Regulamento Geral das Edificações Urbanas; - a proposta de revisão do Decreto-Lei n.º 380/99, respeitante ao regime jurídico dos instrumentos degestão territorial;- a proposta de revisão do Decreto-Lei n.º 555/99, respeitante ao regime jurídico de urbanização e edificação.A Direcção da Ad Urbem propõem-se assim realizar um encontro para apresentação e discussão das referidas propostas de lei.
A entrada é livre. Por razões de ordem logística, pede-se a todos os interessados que se inscrevam previamente, por fax ou por correio electrónico, para os contactos da Ad Urbem.

Para mais informações:www.adurbem.pt

Telf. 21 844 37 92 / Fax. 21 844 30 28
Email: adurbem@mail.telepac.pt

domingo, junho 10

10 de Junho


Assistimos pela primeira vez às comemorações do 10 de Junho. Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Foi, para nós, um privilégio vê-las em Setúbal. Um orgulho.

Sei como somos, enquanto povo, avessos a comemorações ou celebrações. Como refere hoje João Bénard da Costa (também Presidente da Comissão das Comemorações), na sua “Casa Encantada” no Jornal Público: “O que sucede é que somos gente que tem sempre alguma vergonha de comemorar seja o que for.” E nestas coisas ou se assume a “retórica” própria do acto ou … nada feito. É obvio que, como quase tudo o que é evocativo, pode ser facilmente exposto ao ridículo. E juntar um conjunto de “notáveis” do Estado, e neste caso, também do Município e pôr a desfilar umas Forças Armadas onde ainda se exibem peças de Infantaria que são dignas de um Museu, são coisas facilmente criticáveis.

No entanto é importante valorizar e saber que as ditas Forças Armadas Portuguesas (FAP) se encontram espalhadas em vários “teatros de guerra” ou de manutenção da Paz espalhados pelo mundo. Não somos dos que pensam que a FAP são apenas um peso do passado no Orçamento de Estado. Antes pelo contrário.

Outro dos aspectos importantes deste dia foi justamente o brilhante discurso proferido por João Bénard da Costa (JBC) a propósito da cidade de Setúbal. É uma peça, eventualmente tão literária quanto histórica, mas de invulgar erudição. Pode-se dizer que anda longe da realidade actual, de uma análise objectiva. Mas não será também assim que se constroem os lugares? Não é pelas várias expressões culturais e artísticas que conhecemos tanta coisa que nunca experimentamos realmente? E não é, por vezes, a metáfora a melhor forma de descrever a realidade? Assim fez JBC.

Por último do ponto de vista local foi um ganho. A Setúbal fazem bem iniciativas que nos “puxem para cima”. E esta iniciativa do Presidente da Republica foi a prova disso mesmo - ao qual a Câmara Municipal respondeu condignamente. Contrariando a teoria do “deserto” daqui saiu hoje uma outra imagem de Setúbal para o resto do País.

Setúbal


em Festa.


Encerramento do Festroia, Marchas Populares e as Comemorações do 10 de Junho. É bom ver a cidade assim...
Viva, alegre.

quinta-feira, junho 7

"Esplanar"



É uma das mais apetecidas actividades a desenvolver num dia de feriado, ou de fim-de-semana. Especialmente nas manhãs de Primavera ou Verão. O fresco revigorante e um bom livro ou jornal, permitem ir acordando serenamente. Como deveria ser, mas quase sempre impossível. Bom feriado.

domingo, junho 3

António Barreto


Hoje no Público AB reflecte sobre "A desumanidade da sociedade civil". Vale a pena pensar nisto:
«"Uma esmola dada a um pobre é mais um dia de atraso na revolução", terá dito Lenine ou um dos seus amigos. A esquerda (na qual incluo todas as espécies ditas racionalistas, republicanas, laicas, socialistas ou comunistas) viveu sempre em combate contra a caridade. A seu favor, fica o papel crucial que desempenhou no reconhecimento dos direitos sociais e da igualdade entre todos os cidadãos. Assim como o seu contributo para a criação do Estado-providência. Mas, a seu desfavor, fica a desumanização da assistência aos desprotegidos. O Estado não é eficiente, nem acode rapidamente. Sobretudo, o Estado não é capaz de trazer o que muitas vezes é essencial: o apoio humano, o conforto afectivo e a esperança.ue o Estado não seja capaz de humanidade, não é para admirar. Mas que grande parte dos seus técnicos e funcionários também o não seja, já deixa a desejar. As instituições parecem feitas para enquadrar e regulamentar, não para agir individualmente, com a humana generosidade que, muitas vezes, faz tanta ou mais falta do que o alimento ou o abrigo. Mais ainda: nessa enorme constelação de agências de voluntários, são poucas as organizações e poucas as pessoas que se dedicam a estas sacrificadas actividades por mero espírito de solidariedade laica. Para se dedicarem ao exibicionismo, ao dinheiro e à competitividade, os laicos entregam ao Estado as actividades de protecção e de solidariedade. Pode a sociedade civil distinguir-se pelas liberdades e pela igualdade. Mas falhou radicalmente na fraternidade. »

Barcos 3

Luís Torgal

Laranja Mecânica


Este filme de Stanley Kubrick, baseado em livro de Anthony Burgess, lançado em 1971, é considerado por muitos a sua obra prima. Retrata a violência como condição intrinsecamente humana. Mas evidencia a forma como e “Estado” se pode tornar ainda mais violento ao tentar “desumanizar” quem pretende corrigir. Verdadeiramente paradoxal esta relação entre Estado "corrector" e Individuo prevaricador. Quem será mais violento ?
Filme a não perder hoje na RTP1.