A família
A senhora da tabacaria.
A "canalha"
Volpina
Amarcord é um belo filme. Aconselhável a nostálgicos. No dia em que o nosso pai faz 70 anos, foi uma espécie de prenda dada pela RTP1. Apesar de a hora ser muito tardia.
Este é um filme sobre uma realidade que definitivamente mudou. Que já não é reconhecivel pela grande maioria das novas gerações. Tendo nós vivido a infância já nos anos 70, o “ar do tempo”que se respira no filme está muito próximo das nossas memórias. O filme retrata os anos 30, infância de Fellini, o seu realizador. Apesar de ter sido realizado só nos inícios da década de 70. Existem um conjunto de aspectos que são semelhantes: A importância da família alargada, a convivência lenta da vizinhança, uma certa pobreza material mas uma enorme riqueza vivencial. Não nos referimos à multiplicidade de experiências - que não podiam existir num mundo essencialmente rural e provinciano de Rimini, vila natal de Fellini, onde se passa a acção - mas à sua intensidade.
Tudo o que é essencial aqui é retratado de forma exacerbada, quase caricatural.
A importância da família. A educação aparece, mais ligada à imagem dos professores do que aos seus conteúdos, no caso um pouco “absurdos”, no mínimo. Assim como as figuras que os tranmitiam.
A descoberta do amor e o desejo onde Gradisca, Volpina ou a senhora da tabacaria, ocupam o imaginário dos jovens que se perdem por qualquer forma mais voluptuosa.
A comunidade, a politica e a religiosa envolvente é aqui muito presente marcada. Vivia-se a ascensão do fascismo de Mussolini. Com tudo o que isso tem de risível.
Até o aparecimento desta “moda” então recente, das idas a banhos durante o verão é aqui retratada. È bom esclarecer que Rimini é actualmente o “Algarve” lá do sitio.
Mas tudo isto misturado com uma grande dose de “surrealismo” que marca as nossas memórias de infância. Mas (não) serão todas assim? Talvez. Mas a riqueza vivencial essa não sei se não se terá definitivamente perdido. Num mundo de experiências, só aparentemente mais diversificadas, a diversidade só chega quando estão sentados no sofá. E essa não sei se constituirá memória futura? Se chegará.
Mas Amarcord de Fellini é apesar de tudo um filme que poderá ajudar a perceber um mundo que deixou de existir, mas que ainda constitui a memória de muitos entre nós. Particularmente os do sul. Supomos. Num País que só há pouco deixou de ser essencialmente rural este universo ainda faz sentido. Hoje, e apesar de continuar provinciano tornou-se um gigantesco subúrbio. As memórias serão outras.
O filme, esse, uma delicia a não perder.
A senhora da tabacaria.
A "canalha"
Volpina
Amarcord é um belo filme. Aconselhável a nostálgicos. No dia em que o nosso pai faz 70 anos, foi uma espécie de prenda dada pela RTP1. Apesar de a hora ser muito tardia.
Este é um filme sobre uma realidade que definitivamente mudou. Que já não é reconhecivel pela grande maioria das novas gerações. Tendo nós vivido a infância já nos anos 70, o “ar do tempo”que se respira no filme está muito próximo das nossas memórias. O filme retrata os anos 30, infância de Fellini, o seu realizador. Apesar de ter sido realizado só nos inícios da década de 70. Existem um conjunto de aspectos que são semelhantes: A importância da família alargada, a convivência lenta da vizinhança, uma certa pobreza material mas uma enorme riqueza vivencial. Não nos referimos à multiplicidade de experiências - que não podiam existir num mundo essencialmente rural e provinciano de Rimini, vila natal de Fellini, onde se passa a acção - mas à sua intensidade.
Tudo o que é essencial aqui é retratado de forma exacerbada, quase caricatural.
A importância da família. A educação aparece, mais ligada à imagem dos professores do que aos seus conteúdos, no caso um pouco “absurdos”, no mínimo. Assim como as figuras que os tranmitiam.
A descoberta do amor e o desejo onde Gradisca, Volpina ou a senhora da tabacaria, ocupam o imaginário dos jovens que se perdem por qualquer forma mais voluptuosa.
A comunidade, a politica e a religiosa envolvente é aqui muito presente marcada. Vivia-se a ascensão do fascismo de Mussolini. Com tudo o que isso tem de risível.
Até o aparecimento desta “moda” então recente, das idas a banhos durante o verão é aqui retratada. È bom esclarecer que Rimini é actualmente o “Algarve” lá do sitio.
Mas tudo isto misturado com uma grande dose de “surrealismo” que marca as nossas memórias de infância. Mas (não) serão todas assim? Talvez. Mas a riqueza vivencial essa não sei se não se terá definitivamente perdido. Num mundo de experiências, só aparentemente mais diversificadas, a diversidade só chega quando estão sentados no sofá. E essa não sei se constituirá memória futura? Se chegará.
Mas Amarcord de Fellini é apesar de tudo um filme que poderá ajudar a perceber um mundo que deixou de existir, mas que ainda constitui a memória de muitos entre nós. Particularmente os do sul. Supomos. Num País que só há pouco deixou de ser essencialmente rural este universo ainda faz sentido. Hoje, e apesar de continuar provinciano tornou-se um gigantesco subúrbio. As memórias serão outras.
O filme, esse, uma delicia a não perder.
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