sexta-feira, fevereiro 29

Parabéns


A rádio que mudou o panorama informativo em Portugal faz hoje 20 anos. Um verdadeiro serviço público que é privado.
Obrigado por existires TSF.

quinta-feira, fevereiro 28

Um comprimido ou um copo de água?



Um estudo realizado recentemente põe em causa a eficácia dos anti depressivos em depressões leves ou moderadas. Dizem mesmo que poderá não existir grande diferença entre tomar um comprimido ou beber um copo de água com açúcar.

Obviamente, dito de uma forma simplista, esta conclusão põe em causa o verdadeiro efeito destes comprimidos que nos “curam” da tristeza. Receitas simplistas provocam “curas” simplistas. Os desequilíbrios entre o corpo, a mente e o espírito não se conseguem resolver dessa maneira. Exige mais esforço e trabalho por parte do terapeuta e do doente. Mas tratar de nós passou a ser mais uma forma de consumo, onde a rapidez e as modas são determinantes nas tendências da procura da cura. A responsabilidade individual na procura de um verdadeiro sentido para a vida é assunto pouco apelativo hoje em dia. Mas colocar toda a cura fora e não dentro do indivíduo, começa a parecer não resolver muitos dos problemas sentidos por quem se encontra em sofrimento.

Assim deixar tudo entregue ao comprimido parece, em muitos casos, não adiantar mais que beber um bom copo de água com açúcar. Vale a pena pensar nisto…

segunda-feira, fevereiro 25

e o Oscar foi para



Daniel Day-Lewis - que acompanhamos desde a Insustentável Leveza do Ser, inspirado no romance de Milan Kundera – ganhou a tão apreciada estatueta na categoria de melhor actor. Apesar de pouco convencional para Hollywood, só aceita trabalhar em filmes que pelo qual se interessa verdadeiramente, foi reconhecido pela academia por ser, de facto, um extraordinário actor.

Fica aqui a nossa homenagem, apesar de ainda não termos tido a oportunidade de ver “Sangue Negro”, o filme que o fez receber este Oscar. Só por isso deverá valer a pena não perder.




quarta-feira, fevereiro 20

Divulgação


Para tentar evitar o que se passou no anterior dia 18 de Fevereiro (2º Feira) aqui divulgamos o pedido da Câmara Municipal de Setúbal.

«As previsões do Instituto de Meteorologia apontam para a ocorrência de chuva intensa no final de dia 22 e durante todo o dia 23 no concelho de Setúbal.


Perante este cenário, a Protecção Civil recomenda a adopção de medidas preventivas por parte dos munícipes, como a limpeza dos algerozes e sumidouros nos quintais.Nas zonas tradicionais de cheias, é aconselhável o estacionamento dos automóveis em áreas mais elevadas, evitando-se toda a área a sul da Variante da Várzea e o centro de Vila Nogueira de Azeitão.Se a garagem, cave, elevador ou outras instalações do edifício são vulneráveis, não convém utilizá-las quando se verificarem situações de forte precipitação, enquanto os proprietários dos estabelecimentos devem proteger os seus bens, deslocando-os para níveis superiores.Para evitar a entrada de água, as portas da rua devem ser protegidas com um anteparo de madeira, metal ou sacos de areia.As marés-cheias estão previstas, no dia 22, para as 03h39 e as 15h57, e, no dia 23, às 04h14 e às 16h30.” »

terça-feira, fevereiro 19

Já era tempo

Fidel entendeu (ou alguém por ele), finalmente, reformar-se. Inevitavelmente algo vai ter de mudar em Cuba. Esperemos que seja a favor do seu povo. O preço de "preservar" a sua romântica revolução tem sido demasiado alto e bem pago por todos os cubanos.

Diz-se que

José Sócrates passou bem na entrevista de ontem.
O que nos pareceu mais relevante foi a aparente determinação e confiança na sua tarefa. Num País onde os últimos primeiros-ministros fugiram ou foram “empurrados” para sair, não é coisa de somenos.

segunda-feira, fevereiro 18

"E Depois do Adeus"...tanta chuva.

Não podia vir mais a propósito. Ontem estreou, na RTP1, o novo programa de Maria Elisa. Começou, este, por abordar o tema das cheias: as de 1967, as de 1983 e as de 1997. Várias análises- e testemunhos- tecnico-politicas tentaram enquadrar/recordar o problema. Mas o mais curioso é que na mesma altura se inícia uma enorme chuvada que ainda não terminou...Quase parecia um teste. É caso para dizer: estranha coincidência.

Finalmente chuva, muita chuva lá fora...


terça-feira, fevereiro 12

Texturas


Cabo Carvoeiro
2008

A esquizofrenia da Nação

Algo de estranho se passa. Apesar do salutar debate em torno do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL), pretende-se criar um clima de ficção. Do ponto de vista técnico as entidades envolvidas aparecem, nomeadamente o LNEC, desenvolvendo aquilo que é suposto: desenvolver um estudo comparativo entre as duas soluções em “cima da mesa”, Campo de Tiro de Alcochete (CTA) e a Ota. No entanto, a decisão já está tomada. Mas apesar disto, estivemos, ontem num seminário no LNEC, promovido pelos ministérios, do ambiente e obras públicas, onde se deu início à discussão pública do NAL.


Hoje está a correr um seminário (onde também estaremos), novamente no LNEC, mas desta vez promovida pela Ordem dos Engenheiros, onde a “nova travessia do Tejo” está a ser discutida. O ministro da obras públicas, Mário Lino, também participa, mas o decisão do governo está já tomada em Conselho de Ministros. A ponte será, segundo o Governo, Chelas-Barreiro e em modo rodo-ferroviário.
Perante este cenário a “esquizofrenia” está iminente. De duas uma:

Todos discutem, o já decido, como se não o estivesse, esperando chegar à melhor decisão?

Ou fazem todos parte de uma grande encenação onde estando tudo decidido, faz-se de conta que não, para dar um ar mais participado à coisa?

Estranha situação, esta. Propomos duas possiveis interpretações:

Estaremos todos doidos?

Ou a ficção tomou, definitivamente, conta da Nação?
Aceitam-se esclarecimentos.

domingo, fevereiro 3

Ricardo Reis


Português, nascido no Porto e criado em Leça da Palmeira, é actualmente, com 29 anos, Professor na Universidade de Princeton (EUA). Fez toda a sua formação até ao Secundário perto de casa. Saiu para Londres para fazer a licenciatura (London School of Economics) e concluída esta, segue para os Estados Unidos onde realiza o Phd em Harvard. Por cá tem escrito crónicas no “Diário Económico”. É considerado um dos promissores economistas da sua geração, a nível mundial.

Deu ao “Expresso” uma entrevista, que publicou este Sábado, de onde salientamos o seguinte:

«Exp. – Quando olha para Portugal, tende a ter um olhar pessimista ou optimista?

R.R. – Optimista. Mas isso também tem a haver com a personalidade. Há 20 anos a Irlanda era tão pobre ou mais que Portugal. Hoje é mais rica que a Inglaterra. Era um País altamente Católico como Portugal, e com uma grande rigidez numa série de mercados, como Portugal. Em 20 anos conseguiu. Estas coisas dão-me esperança e dizem-me que não é impossível que Portugal dê o salto. Depois, as pessoas são altamente empreendedoras em Portugal e têm uma capacidade de adaptação que lhes dá grandes vantagens.

Exp. – O que falhou no País nos últimos vinte anos?

R.R -Penso que duas grandes lacunas em Portugal são o sistema de Justiça – muito mau, muito lentos e muito burocrático – e a presença excessiva do Estado na economia. Confrange-me que um bom aluno saído da faculdade tenha como emprego de sonho ir trabalhar para um ministério. Não são os ministérios que fazem o País andar para a frente. No entanto as melhores cabeças em Portugal não sonham em criar uma empresa (…) O papel central do Estado é muito preocupante.

Exp. - Como é que explica que quando a economia está a crescer mais que nos últimos anos, as pessoas estejam novamente a ficar pessimistas?

R.R. – Há um facto que tem estado muito no centro das discussões do EUA mas pouco em Portugal: é que nos últimos anos tem havido um alargamento relativamente grande da desigualdade. Mas este aumento da desigualdade nos EUA nos últimos dez anos é muito diferente do que vimos no século XX, porque se deve ao aumento da recompensa das pessoas altamente qualificadas. A ideia de desigualdade entre os capitalistas e o trabalhador está hoje muito desactualizada. O que tem acontecido é um aumento da desigualdade entre profissões e também dentro das profissões. E o retorno da educação aumentou brutalmente.»


Em sintese: Podemos ser diferentes e mais ricos. Temos emprendedorismo e capacidade de adaptação. Aspectos muito importantes.
Temos demasiado Estado e até as elites estão demasiado presas ao seus mecanismos de reprodução. Temos de tirar o Estado do centro das nossa procupações.
As novas desigualdades começam a ser entre profissões e dentro das profissões.


É sempre interessante um olhar exterior.


sexta-feira, fevereiro 1

Diva de Veneza


Sempre que chega o Carnaval lembramo-nos de Annie Lennox. A Associação, julgamos, é simples. E deve-se ao Carnaval de Veneza que esta Diva ajudou a globalizar, nos idos 1992. A sua voz, já desde o tempo dos Eurythmics, com Dave Stewart, deixou-nos sempre uma sensação de força. Toda a sua presença emanava carisma. Pensamos não ter sido, à toa, a escolha de Veneza e do seu Carnaval para cenário de todos os telediscos deste álbum, justamente, Diva. Esta cenografia era palco ideal para a figura mais “operática” da nossa cena Pop.

Vale a pena matar saudades. Bom Carnaval.