quinta-feira, outubro 29

Salazar - A Political Biography




É hoje lançada em Washington na Embaixada portuguesa, às 18h locais (22h em Lisboa), a primeira biografia de Oliveira Salazar escrita em Inglês por um académico. O historiador Filipe Ribeiro de Meneses, de 40 anos, professor na National University de Dublin, é o autor da obra. Um volume com mais de 600 páginas da editora New York: Enigma Books.

Hoje na entrevista que deu ao Jornal Público refere uma evidência que tarda a compreender a muitos portugueses: a necessidade de internacionalização da nossa cultura especialmente a académica que enquanto não passar a ser produzida também em língua Inglesa e difundida nos canais internacionais não se tornará relevante. É preciso inverter este processo.

Diz o próprio:

"Somos poucos os historiadores portugueses a trabalhar no mundo de língua inglesa, e todos estamos conscientes da escassez de material publicado sobre Portugal. Sem livros e artigos não há cadeiras de História Portuguesa nas licenciaturas; sem essas cadeiras não há pesquisa a nível de pós-graduação; sem essa pesquisa não há publicações, e não há mercado para as editoras", acrescenta. Este "círculo vicioso", como lhe chama, não é fácil de quebrar. Mas o historiador nota que, em Portugal, já há quem tente contrariar esta situação.”

Uma obra que faltava na historiografia internacional. Que faltava à afirmação de Portugal no Mundo. Este tem de ser o caminho. Enquanto outros campos do saber e da cultura não necessitam de tradução a ciência e o conhecimento não passam sem ele na afirmação internacional.

Jewelry from Berkeley



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Françoise Nielly 2


quarta-feira, outubro 28

Será bom não termos ilusões...



A “avaliação dos professores” (AP) será um teste importante para a acção futura deste governo e para a evolução do país. As reformas que temos de fazer serão possíveis? Passo a explicar:

A AP foi um processo complicado, quer político quer prático, que começou com a aprovação do novo estatuto da carreira docente (ECD) e a divisão dos professores em duas categorias – professor e professor titular. Os dois processos estão ligados apesar de poderem ser separados. Independentemente do processo a percepção geral da população é de que os professores, como todas as profissões, devem ser avaliados. Os professores e os seus sindicatos disseram o mesmo – avaliação sim este modelo não.
Das últimas eleições resultou que todos os partidos da oposição são contra este modelo e têm a maioria no parlamento. Só o partido do governo o suporta. Na nova circunstância política a oposição prepara-se para testar o “novo” governo e o novo parlamento justamente com a AP. Este teste vai ser indicador do que se passará no futuro próximo porque irá indicar as qualidades da oposição e do governo para o país.
A divisão da carreira em duas categorias tinha dois objectivos: diferenciar e poupar. Criando duas categorias com limite de 1/3 para os professores titulares, limitava-se o acesso ao topo das remunerações a uma boa parte da classe, obrigando-a a diferenciar-se por essa via, o que acontece em todos os sectores profissionais. Os professores e os professores titulares também ganharam funções diferenciadas sendo os primeiros mais dedicados ao ensino directo e os segundos mais voltados para a organização e gestão das escolas.

Esta medida teve e terá no futuro um importante efeito na contenção da despesa pública para além de ter um efeito moralizador do sistema – nem todos têm qualidade/capacidade para chegar ao topo da carreira, como acontecia até então. Independentemente dos critérios para aceder a professor titular poderem ser melhorados, a hierarquização da carreira docente parece-nos indispensável. Se a igualização promovida pelo anterior ECD se mantiver voltaremos atrás. E o que se passará é que a classe passará a ser toda mais pobre sem qualquer benefício para quem se destaca. Não compensar o mérito é nivelar por baixo, não promover a excelência, como aconteceu anteriormente.
Independentemente das necessidades de aperfeiçoamento a actual AP tem um mérito: pretende diferenciar. Para o fazer a avaliação tem de ter efeitos na carreira. Se não diferenciar a avaliação é uma ficção como o era a anterior avaliação de professores. Se este princípio de diferenciação se afastar tudo o que diz respeito à avaliação estará definitivamente perdido.

Mas atenção se a AP se tornar uma ficção ou se for definitivamente eliminada, quem mais vai perder são os professores para além de, indirectamente, o ensino em geral. Será difícil aceitar que quem faz da sua profissão avaliar os outros não queira ser avaliado. Se isso acontecer como poderão considerar a sua actividade legítima e respeitável se a sua própria classe não aceita ser avaliada. E como olharão para os professores os alunos e suas famílias depois de isso acontecer? Com menos respeito seguramente. E como se sentirão os profissionais aplicados que estiveram envolvidos em todo este processo se tudo agora for mandado para o lixo? A frustração será enorme. Se a vitória da classe for revogar este modelo de avaliação e o ECD, voltando ao que tínhamos antes, essa vitória terá sobre a mesma um amargo efeito nos próximos anos.
Mas pior serão os seus efeitos sobre o futuro do país. O sector da educação e a restante acção governativa ficarão muito comprometidos. Por isso o que agora acontecer será exemplar para o que vier a seguir. Se esta reforma, em vez de aperfeiçoada, for apenas revogada estaremos a adiar o nosso futuro. Outras mudanças terão de acontecer para nos adaptarmos a um mundo novo para o qual estamos mal preparados. Muitas reformas têm de ser realizadas para nos colocarmos no século XXI. Se no primeiro teste o parlamento e o governo adoptarem a desistência como método é caso para perguntar se será Portugal irreformável nesta conjuntura e/ou neste sistema?

Se assim for o caminho é o empobrecimento e envelhecimento geral do país. Os mais novos, melhores mais dinâmicos e menos instalados tenderão a sair, como já está a acontecer (100 jovens licenciados por mês segundo um jornal). Como sempre aconteceu na nossa história. Os que se mantiverem ficarão alegremente mais pobres e mais velhos. O que se deu no nosso interior, especialmente no Alentejo em relação ao restante país acontecerá ao país, em relação á Europa. Será bom não termos ilusões...


domingo, outubro 25

Mudámos

Hoje mudámos de imagem. O Memórias de Adriano está quase a completar 5 anos. Já merecia. Esperamos que quem nos acompanha goste da mudança.

quinta-feira, outubro 22

Estreia promissora de Joana Carneiro em Berkeley



No Jornal Público 20 de Outubro

"A maestrina portuguesa Joana Carneiro teve uma estreia auspiciosa no concerto de estreia, na quinta-feira, à frente da Orquestra Sinfónica de Berkeley, na Califórnia. O crítico do San Francisco Chronicle classificou a sua actuação como "marcante", na direcção de peças de John Adams, Gabriela Lena Frank e Béla Bartók. E acrescentou que é de esperar o melhor do seu trabalho futuro, à medida que se for entrosando com os músicos da orquestra. Joana Carneiro, de 33 anos, foi escolhida em Janeiro para substituir o maestro Kent Nagano. "

If you want to see in the San Francisco Chronicle




Muitos Portugueses são reconhecidos pelas suas capacidades em ambientes muito competitivos como é o caso de Joana Carneiro.
Só temos pena de não ter estado em Berkeley para assistir, esperamos poder fazê-lo em breve. Parabéns à "nossa" maestrina.

quarta-feira, outubro 21

O (des)Caso Saramago



José Saramago foi daqueles intelectuais ocidentais que durante o século XX (no caso Português até mais tarde) pensaram que a ideologia comunista seria capaz de construir o céu na terra. Coisa que a religião só permitia no paraíso, após a morte. Numa outra dimensão: não material, não terrestre, mas espiritual e celeste. Para estes o domínio de Deus e da Religião seria substituído pelo domínio da Ideologia e do Partido. O poder seria finalmente dos homens, mas apenas de alguns homens. Os Comunistas.

Saramago, como todos os intelectuais materialistas com pendor totalitário, pensaram a dado momento das suas vidas que este caminho, apesar de espinhoso, no fim seria vitorioso. Ora Saramago está no fim da sua vida e verificou-se justamente o contrário. Desde há uns tempos a esta parte Saramago resolveu, então, tentar fazer um ajuste de contas com a história . O principal inimigo do materialismo extremo é a fé e a religião. Sendo português, o cristianismo é o seu alvo. O recente “ataque “ à Bíblia vem nesta sequência, assim como o reescrever da história de Jesus há uns anos atrás.

Cunhal, homem apesar de tudo mais sábio, tentou no fim da sua vida, rescrever a sua história, apresentando mais as suas facetas “humanas” (os romances, a pintura e o desenho, etc.) e fazendo esquecer mais as políticas. Saramago, menos sábio e mais arrogante, está a tentar reescrever a história do mundo. Não assumindo que estava errado, por lhe ser particularmente difícil, tenta no fim, dizer que o está errado não era ele mas toda a nossa cultura Judaico-Cristã e o seu livro fundador, a Bíblia. Ele continua certo como sempre. Os outro é que não vêm, continuando a ler aquelas histórias bilbicas horriveis às criancinhas.

O que Saramago parece não perceber é que o seu Comunismo só podia ter existido nesta cultura. Num momento de crise e mudança desta cultura Judaico-Cristã, mas nunca numa outra. E como produto dessa cultura o Comunismo, mesmo o encapotado como o seu actual, irá sucumbir antes do fim das religiões. E a “Bíblia” irá prevalecer sobre o “Capital”.
Isto Saramago parece não querer ver mesmo antes de fechar os olhos. O peso da sua arrogância parece estar-lhe a ser mais difícil que o peso de Deus. Mas a sua ira contra o mundo do espírito é só um reflexo da sua ira contra o mundo dos homens que não aceitaram o seu ponto de vista iluminado. Façamos daqui um apelo a todos os homens de fé: peçamos perdão a Saramago por o termos desapontado.

Que Deus o acompanhe.

Rumo a Sul

segunda-feira, outubro 19

International Society of City and Regional Planners 45th Congress - Low Carbon Cities




«INTRODUCTION TO THE CONGRESS


2009 is a vitally important year for the future of our planet, its human populations and all the other life forms that live on it. For in December, the world’s governments will meet in Copenhagen to agree upon a successor to the Kyoto protocol which, in 1997, started the faltering attempts to curb emissions of greenhouse gases. They face an enormous responsibility because they will need to agree upon drastic cuts in those emissions that will affect the lifestyles of everyone on the planet. For the world has to change rapidly towards a low carbon economy in which CO2 and other greenhouse gas emissions will be a fraction of what theyare now.

Over half of the world’s population now lives within cities. Because they concentrate people and activities, they place a particular burden upon the Earth’s resources. Their future is crucial in the search for sustainability and, if we are to put the world on a lower carbon path, action based upon the cities will form a major part of the solution.

The way that our cities are managed and planned will be of vital importance in bringing this about; this is the subject matter for ISOCARP’s 45th World Congress. What is the role of planning, and of those who are involved in the planning and development process, in the drive to achieve less resource intensive, low carbon cities? Over the four days of our Congress we have a major opportunity to disseminate and share our experience about strategies and practical approaches to the planning and design of low carbon cities.

The Porto program brings together an enormous range of experience, from the level of world figures in the field of sustainable development to practitioners at the local level. This is entirely fitting for a subject where the overall direction must be set globally but where many of the solutions must be worked out regionally or locally. Most, but not all of the workshop papers describe local situations and there is an immense variety of those.

What has been marvellous about this Congress is the scale of interest that it has attracted and the sheer spread of the ideas that have been put forward. The Call for Papers attracted a record 243 entries. Of these, about 140 were accepted, the principal criterion being compliance with the declared low carbon city themes. As has been the pattern at all other recent congresses, this number has since come down, the result being that we will have some 100 presenters spread out between our five workshops.
»

by the General Rapporteur Chris Gossop
Urban Planner and Vice President of ISOCARP


My communication:

A caminho do Porto


Da comboio desde Setúbal. O melhor transporte quando se pode usar. Para além do conforto o caminho todo pode ser rentabilizado pois o nosso escritório móvel vai connonsco para todo o lado. Boa viagem.

Today Porto in our way

Vamos rever esta magnífica cidade a propósito de uma conferência mas aproveitamos para visitar a cidade. Muito especialmente para ver o que a «Porto Vivo» tem feito pelo centro histórico Portuense. Há mais de dois anos que não visitamos o Porto. A última vez foi justamente para conhecer o trabalho desenvolvido por esta Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU). Organizámos, então, conjuntamente com as outras SRU’s do País (Coimbra e Lisboa).


Foi organizado pela Ordem dos Arquitectos (secção regional sul) e a Santa Casa da Misericórdia de Setúbal, nesta cidade. De lá para cá muito mudou – e.g. a crise económica instalou-se mundialmente (nós já estávamos em crise) e o regime de reabilitação foi criado (com muito atraso) – mas no panorama da SRU’s nem por isso, parece-nos. Continuamos com uma realidade semelhante. Talvez o novo mapa autárquico possa agora trazer novidades. Mas as dificuldades económicas e o fraco incentivo fiscal que o novo regime pouco mudou dificultam a vida, aos poucos agentes, que continuam empenhados na reabilitação urbana.

Hoje vamos poder ver no terreno como evoluiu a Porto Vivo ainda por cima acompanhados por um grande amigo. Um Patrício, que aproveitamos para rever e matar saudades.

segunda-feira, outubro 12

Eleições locais


Parece que o mapa autárquico do país mudou mais que se esperava. O território mudou mais do que parece...

sexta-feira, outubro 9

Prémio Nobel da Paz


Internationational Walk & Roll to School Day






Durante este mês de Outubro (concentrado em 8 de Outubro) temos Internationational Walk & Roll to School Day (Dia Internacional para Andar e Rolar para Escola). Este é um movimento global apesar de estar mais difundido e organizado no USA.
Valia a pena ser mais desenvolvido entre nós. Vamos lá começar a caminhar ou a rolar para a escola.



No fundo este movimento defende coisas que deviam ser relativamente evidentes:
Andar ou pedalar para a escola é mais saudável para todos e torna o ambiente urbano envolvente mais estimulante, criando mais segurança e relações sociais mais fortes na vizinhança.

Foto in John Muir School Berkeley
Thanks Marc


Para quem estiver interessado em conhecer melhor o que defendem e como se organizam estas organizações podem consultar:


Low Carbon Cities 45th ISOCARP International Congress Porto - Portugal, 18-22 October 2009

quinta-feira, outubro 8

Bicicleta - Uma boa ideia


Hoje no Público

Aveiro reforça aposta nas bicicletas

"A cidade que há uma década pôs nas ruas as BUGA (Bicicletas de Utilização Gratuita de Aveiro) ainda não desistiu de ver todos a circular sobre duas rodas. Em Agosto de 2008, Aveiro lançou o projecto LifeCycle, com a ideia de "chamar todos os grupos etários a adoptarem a bicicleta", explica Arminda Soares, do Gabinete de Mobilidade da câmara municipal.
A primeira experiência foi lançada junto dos funcionários da própria câmara. "Apenas lhe dissemos para experimentar ir de bicicleta para o trabalho pelo menos duas vezes por semana, durante três meses", conta Arminda Soares. Depois da iniciativa, até ao Verão, eram quatro os funcionários que tinham mudado os hábitos e adoptado a bicicleta.
A autarquia levou a mesma ideia a três escolas do segundo ciclo, abrangendo alunos, professores e funcionários. No final, foi organizada uma grande volta de bicicleta que juntou cerca de mil pessoas. A Universidade de Aveiro também foi incluída no pacote. Na semana de inscrições, uma equipa de jovens universitários sensibilizou os caloiros e foi promovida uma venda de bicicletas no campus.
"Queremos dizer às pessoas que vivem em Aveiro que a bicicleta promove hábitos saudáveis, que pode ajudar a prevenir doenças do coração, que é um meio de transporte rápido, que melhora a qualidade do ar e que torna as pessoas mais independentes", explica Arminda Soares.
Para a Primavera de 2010, a câmara quer alargar o projecto a todas as escolas secundárias do concelho, a todo o mundo laboral e também aos reformados de 14 freguesias. "


Helena Geraldes


Boas ideias que infelizmente ainda tem pouca aderência na sociedade e nos responsáveis políticos. As escolas podem ter aqui um papel muito importante na mudança de hábitos das novas gerações.


Confesso que em Berkeley (Califórnia) as nossas deslocações para a Universidade eram feitas de bicicleta e valia bem a pena. É aliás o meio de transporte preferido pelos estudantes universitários, professores incluidos.

quarta-feira, outubro 7

Lilies for you




The Lilies survived more than usually as a sign. They want to show my gratitude for your kindness.


But this Lilies Kim, this ones will never expire.

Happy Fall for you all

Tendências e evidências do nosso crescimento

Ontem (6.10.09) veio em destaque no Jornal Público um conjunto de textos sobre as crescentes assimetrias do território nacional. Uns concelhos continuam a aumentar a sua população, enquanto outros continuam em perda: concelhos próximos das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e mais lento, Loulé/Albufeira, Entroncamento/Torres Novas e Aveiro) e do outro lado, em perda visível, no Alentejo e no Centro. Ou seja as tendências detectadas nos últimos Censos acentuam-se.

No entanto existem uns quantos pólos de excepção que conseguem resistir: Paredes, Óbidos, Guimarães Óbidos, Montemor-o-Velho, S. Brás de Alportel são os principais pólos de desenvolvimento. São cidades que apostam na criatividade e na inovação mas as receitas não podem ser generalizadas, os factores de sucesso variam consoante a cidade. O património cultural ou natural assim como alguma atractividade para a manutenção ou criação de um novo tecido industrial parecem ser parte da solução. Mas na nossa opinião dois aspectos parecem ser críticos para a alteração do paradigma: a qualidade e a eficiência na alocação de recursos públicos e privados. Evidências? Nem por isso.

Apesar de sermos um país pobre insistimos em esbanjar os recursos mantendo uma noção de desenvolvimento um pouco anacrónica. Com a redução das distâncias e as novas formas de trabalho, muitas pessoas e empresas podem hoje escolher a qualidade. E a qualidade não é aqui sinónimo de gastar muito dinheiro, antes pelo contrário. Vejamos.

Durante muitos anos foi a redução do custo do dinheiro (entrada no Euro) o principal responsável pelo desmesurado crescimento urbanístico, conjuntamente com uma 1ºgeração de Planos Directores Municipais que permitiam, segundo alguns, aumentar em 47% as áreas urbanas existentes e ter uma população de 30 milhões de habitantes.

Muitos disparates foram feitos entretanto. Durante estes anos mesmo o mercado (todos nós) foi atrás. Os acabamentos da casa mais do que a zona onde se vive determinaram as opções na escolha de residência. E isso tem um custo muito alto. A inserção urbana ou regional de uma habitação são mais determinantes na qualidade de vida quotidiana do que o design dos sanitários ou da cozinha.

Mas esta evidência custa a entrar nas opções do consumidor. Uma casa não é um objecto que se possa descartar. O custo de uma má opção é de eficiência e de desperdício. Por exemplo ter de andar quilómetros para deixar um filho na escola e depois para ir trabalhar é custo muito elevado mas que as pessoas ainda teimam em desprezar. A crise pode trazer alguma racionalidade de opções. Temos de nos tornar mais inteligentes no uso dos recursos, colectivamente e individualmente. É urgente melhorar o que temos e largar o que não vale a pena. O ordenamento do território não é mais do que um acto de cultura colectiva. Sejamos, por isso, mais exigentes com a nossa qualidade de vida e muito pode mudar.

terça-feira, outubro 6

Rain


Dizem que trouxe a chuva comigo de San Francisco. Não sei. Mas desejava-a. Estamos no Outono. É suposto chover, não?

segunda-feira, outubro 5

Xanadu Gallery. folk art international

Este edifício de Frank Lloyd Wright (FLW) começou por se chamar V.C. Morris Gift Shop e foi construído em 1949, em San Francisco. Apesar de ter mudado de dono a Xanadu Gallery continua a ter um enorme orgulho em mostrar as suas antiguidades de todo o mundo no “velho edificio de FLW. Os visitantes do edifício (como nós) são acarinhados e deixados à vontade para o visitarem. Apesar de as peças serem lindíssimas, quase não conseguimos apreciá-las, tal foi a emoção por estar dentro desta obra-prima da arquitectura que tantas vezes tínhamos visitado em livros.





O projecto para esta loja deixou surpreendido o dono quando se apercebeu que, contrariamente ao que esperava a loja não tinha montra para a rua. Mas FLW sempre visionário explicou-lhe que não seria necessário preocupar-se porque todos os que passassem iriam ser atraídos para o seu interior e isso seria positivo para o negócio. E tinha toda a razão.




A fachada é completamente despida, sem artifícios, tendo toda a atenção concentrada na sua porta que convida a entrar. O seu arco proporciona um paradoxo entre o material e o imaterial, entre o tijolo e o vidro, a transparência e o opaco, entre o peso e a leveza.



Passada esta primeira sucção para o interior somos puxados para cima pela rampa. Toda loja é de uma enorme delicadeza e proporção na escala. A arquitectura é o seu maior luxo.





(Dia Internacional de Arquitectura, 5 de Outubro)


De regresso