Ontem (6.10.09) veio em destaque no Jornal Público um conjunto de textos sobre as crescentes assimetrias do território nacional. Uns concelhos continuam a aumentar a sua população, enquanto outros continuam em perda: concelhos próximos das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e mais lento, Loulé/Albufeira, Entroncamento/Torres Novas e Aveiro) e do outro lado, em perda visível, no Alentejo e no Centro. Ou seja as tendências detectadas nos últimos Censos acentuam-se.
No entanto existem uns quantos pólos de excepção que conseguem resistir: Paredes, Óbidos, Guimarães Óbidos, Montemor-o-Velho, S. Brás de Alportel são os principais pólos de desenvolvimento. São cidades que apostam na criatividade e na inovação mas as receitas não podem ser generalizadas, os factores de sucesso variam consoante a cidade. O património cultural ou natural assim como alguma atractividade para a manutenção ou criação de um novo tecido industrial parecem ser parte da solução. Mas na nossa opinião dois aspectos parecem ser críticos para a alteração do paradigma: a qualidade e a eficiência na alocação de recursos públicos e privados. Evidências? Nem por isso.
Apesar de sermos um país pobre insistimos em esbanjar os recursos mantendo uma noção de desenvolvimento um pouco anacrónica. Com a redução das distâncias e as novas formas de trabalho, muitas pessoas e empresas podem hoje escolher a qualidade. E a qualidade não é aqui sinónimo de gastar muito dinheiro, antes pelo contrário. Vejamos.
Durante muitos anos foi a redução do custo do dinheiro (entrada no Euro) o principal responsável pelo desmesurado crescimento urbanístico, conjuntamente com uma 1ºgeração de Planos Directores Municipais que permitiam, segundo alguns, aumentar em 47% as áreas urbanas existentes e ter uma população de 30 milhões de habitantes.
Muitos disparates foram feitos entretanto. Durante estes anos mesmo o mercado (todos nós) foi atrás. Os acabamentos da casa mais do que a zona onde se vive determinaram as opções na escolha de residência. E isso tem um custo muito alto. A inserção urbana ou regional de uma habitação são mais determinantes na qualidade de vida quotidiana do que o design dos sanitários ou da cozinha.
Mas esta evidência custa a entrar nas opções do consumidor. Uma casa não é um objecto que se possa descartar. O custo de uma má opção é de eficiência e de desperdício. Por exemplo ter de andar quilómetros para deixar um filho na escola e depois para ir trabalhar é custo muito elevado mas que as pessoas ainda teimam em desprezar. A crise pode trazer alguma racionalidade de opções. Temos de nos tornar mais inteligentes no uso dos recursos, colectivamente e individualmente. É urgente melhorar o que temos e largar o que não vale a pena. O ordenamento do território não é mais do que um acto de cultura colectiva. Sejamos, por isso, mais exigentes com a nossa qualidade de vida e muito pode mudar.
No entanto existem uns quantos pólos de excepção que conseguem resistir: Paredes, Óbidos, Guimarães Óbidos, Montemor-o-Velho, S. Brás de Alportel são os principais pólos de desenvolvimento. São cidades que apostam na criatividade e na inovação mas as receitas não podem ser generalizadas, os factores de sucesso variam consoante a cidade. O património cultural ou natural assim como alguma atractividade para a manutenção ou criação de um novo tecido industrial parecem ser parte da solução. Mas na nossa opinião dois aspectos parecem ser críticos para a alteração do paradigma: a qualidade e a eficiência na alocação de recursos públicos e privados. Evidências? Nem por isso.
Apesar de sermos um país pobre insistimos em esbanjar os recursos mantendo uma noção de desenvolvimento um pouco anacrónica. Com a redução das distâncias e as novas formas de trabalho, muitas pessoas e empresas podem hoje escolher a qualidade. E a qualidade não é aqui sinónimo de gastar muito dinheiro, antes pelo contrário. Vejamos.
Durante muitos anos foi a redução do custo do dinheiro (entrada no Euro) o principal responsável pelo desmesurado crescimento urbanístico, conjuntamente com uma 1ºgeração de Planos Directores Municipais que permitiam, segundo alguns, aumentar em 47% as áreas urbanas existentes e ter uma população de 30 milhões de habitantes.
Muitos disparates foram feitos entretanto. Durante estes anos mesmo o mercado (todos nós) foi atrás. Os acabamentos da casa mais do que a zona onde se vive determinaram as opções na escolha de residência. E isso tem um custo muito alto. A inserção urbana ou regional de uma habitação são mais determinantes na qualidade de vida quotidiana do que o design dos sanitários ou da cozinha.
Mas esta evidência custa a entrar nas opções do consumidor. Uma casa não é um objecto que se possa descartar. O custo de uma má opção é de eficiência e de desperdício. Por exemplo ter de andar quilómetros para deixar um filho na escola e depois para ir trabalhar é custo muito elevado mas que as pessoas ainda teimam em desprezar. A crise pode trazer alguma racionalidade de opções. Temos de nos tornar mais inteligentes no uso dos recursos, colectivamente e individualmente. É urgente melhorar o que temos e largar o que não vale a pena. O ordenamento do território não é mais do que um acto de cultura colectiva. Sejamos, por isso, mais exigentes com a nossa qualidade de vida e muito pode mudar.
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