Durante muitos anos os homossexuais lutaram pelo seu direito à diferença. Hoje lutam pelo direito à igualdade. No primeiro caso pretendia-se o reconhecimento de uma forma diversa de amar e de viver a sexualidade face à maioria. No segundo pretende-se tornar equivalente o que é diferente.
Concordamos com as razões da primeira, discordamos da segunda. O direito à diferença como o respeito pelas minorias é absolutamente central num Estado de Direito Democrático, faz parte da sua natureza intrínseca. Mas tornar igual o que é diferente já é outra coisa. As uniões de facto, com direitos equivalentes ao casamento mas com algumas diferenças foi um passo com vista assegurar os aspectos legais de quem não se queria (ou podia) casar. O alargamento deste conceito a alguns outros campos e o seu aprofundamento parece-nos suficiente para garantir a igualdade consagrada na lei e na constituição. Agora tratar igual o que é diferente já nos parece com pouco sentido.
A instituição do casamento é das mais perenes em todas as civilizações conhecidas. Todas as pessoas sabem o que é. Ao alargar o conceito este deixa de ser reconhecível e passa a ser outra coisa. Vai alterar-se o seu conteúdo para além dos aspectos meramente formais.
No futuro, se o conceito de casamento for alargado, deixará de ter o mesmo significado. As sociedades vão, por isso, necessariamente ter de arranjar um nome novo para esta união, para a voltar a distinguir das outras. Não por qualquer ideia de desigualdade mas porque pura e simplesmente não podemos chamar (e entender como) amarelo ao vermelho por mais que alguns o queiram fazer, pois mesmo com o mesmo nome, quando as vemos e nomeamos serão sempre cores diferentes.
A igualdade não é igualitarismo e o respeito também não. Viva a diferença!