domingo, julho 5

Mudar só depois de ver a mudança.

Como dizem muitos agora as coisas parecem não estar a correr de feição ao governo. Cheira de facto a fim de festa. As fragilidades, sempre existentes, tornam-se agora evidentes. Porquê?

Porque de repente todos perceberam que a receita que parecia estar longe do fim apareceu com hipóteses de estar para acabar. Até os Ministros e por isso se deram ao desfrute de fazer asneiras mais visíveis.
Nestas alturas existe, entre nós, uma capacidade notável de efeito de contágio. Subitamente aquilo que parecia conter muitas virtudes vê-se a braços com todos os defeitos. Para isso bastou ao governo (PS) perder as eleições europeias. Nada mais. O resto está como sempre foi, mas mais gasto.

Há de facto nos Portugueses uma dupla característica que nos parece pouco saudável: o da subserviência ao poder (e ao dinheiro) e o efeito de rebanho. O primeiro faz-nos sentir sempre subalternos o que parece ser para muitos uma condição natural, o segundo, que decorre do primeiro, é só nos sentirmos bem quando acompanhados, mesmo se mal. Um subalterno nunca está (bem) só.

Este fenómeno passa-se em toda a sociedade mas de uma forma mais intensa na imprensa e na opinião publicada. Por isso até nas sondagens os efeitos de mudança só se fazem sentir depois de uma alteração nos actos eleitorais. Parece que só acreditamos na possibilidade de mudança quando ela já aconteceu. Só a sentimos possivel depois de acontecer. E o pior de tudo é que não este sentimento não diz respeito apenas às eleições…

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