sábado, maio 28

Será que este país não tem emenda?

Um bom retrato da situação actual em Portugal hoje no Público por José Manuel Fernandes. Este "ar do tempo" aqui descrito está a ficar insuportável. O sentimento que temos é o de estar em rota de colisão com a situação existente.

E utilizando dois provérbios sábios:

Quem está mal muda-se ...e... não se pode ter razão antes do tempo...

pensamos que o melhor é fazer um pequeno intervalo, até porque há mais mundo para além de Portugal. E vale a pena aprender com ele.


sexta-feira, maio 20

Ser Independente - Jornal dos Arquitectos* 240*

Texto publicado em 2010 no JA mas agora colocado online:



Ser Independente”é uma questão controversa. Difícil mesmo. No caso da Arquitectura a coisa pode ainda ser mais…complicada.

Individualmente essa questão coloca-se do ponto de vista intelectual, emocional ou até ético e moral. Mas como se coloca profissionalmente?

Ser independente de quê? Numa disciplina em que se vive uma tensão permanente entre o belo e o útil, entre a arte e a técnica o que poderá isso significar?

E ser independente de quem? Do poder político, do económico, do cultural ou corporativo?... e viver de quê?

Começando pelos aspectos disciplinares. O mundo está a mudar. E a criação artística também. Em todas as áreas e particularmente na arquitectura. Com a pulverização dos limites entre as diversas artes, para que se caminha, volta a ser o espaço o único elemento de ligação entre todas. Como já o foi no passado. Na Idade Média não existia uma separação entre as artes. Tudo era Catedral. Assim como não existia uma separação entre arte popular e erudita. As divisões surgiram com a “modernidade”. No Renascimento. Onde se estabeleceram limites que tornaram a criação acessível só a alguns: os artistas. Mas essa realidade está em transformação, em particular na arquitectura.

Por um lado, face a uma complexificação dos processos e das disciplinas envolvidas no projecto, pela necessidade de responder a problemas mais exigentes este é, tendencialmente, uma realização colectiva. Por outro, os meios tecnológicos tornam a concepção (aparente) mais acessível. Todos podem (e muitos querem) ser criadores do seu mundo. E ter os seus objectos, as suas músicas, os seus filmes e, naturalmente…os seus espaços. Personalizados, únicos, só seus. Que papel terá o arquitecto do futuro colocado entre o anonimato e o serviço personalizado?

Num certo sentido, poderemos estar a caminhar para uma fase da concepção projectual mais interdependente que independente, quer por necessidade de incorporação de outras disciplinas e agentes na procura de soluções quer por constrangimentos económicos e ecológicos. Fará sentido falar em independência neste contexto?

O arquitecto já é, actualmente, mais o gestor de um processo e menos o “iluminado” que projecta o mundo e vive isolado na sua torre, ou aquele que faz os “bonecos”no seu “vão de escada”. O processo de design parece estar definitivamente a matar o “pai”, o projecto, assumindo-se como a resposta possível a um mundo sempre mais incerto. O projecto é hoje, e será ainda mais no futuro um processo contínuo. Não estamos a defender a ideia da “obra inacabada” mas a possibilidade de esta ser permanentemente alterada. Como a cidade. Será a mutabilidade o maior valor da obra de arquitectura no futuro?

Os arquitectos, provavelmente, deixarão de ser autores para ser consultores ou mediadores. Que consequências terá na organização do trabalho e no papel tradicionalmente atribuído ao arquitecto e na sua independência?

Existe ainda a questão da sobrevivência, menos interessante mas mais polémica. O arquitecto tradicional necessita que promovam obras para sobreviver. E quem promove essas obras? Fundamentalmente o Estado, as Autarquias, os promotores imobiliários e os particulares. E serão estes independentes em Portugal? E que papel tem tido a sua associação profissional para tornar o exercício da profissão mais independente numa sociedade em mudança?

Eis algumas interrogações que gostávamos de ver abordadas neste número da JA. Se o publicarem óptimo! Se não…somos independentes para o fazer http://www.memoriasdeadriano.blogspot.com/"

Paulo Pisco
Arquitecto






sexta-feira, maio 6

Divulgação


Dia 6 de Maio
Sexta-feira às 20h



Jantar Cultural seguido de debate sobre o tema a Arquitectura do Sagrado
com Arq. Paulo Pisco
&
Inauguração da Exposição de pintura
de Maria de Deus










«O desafio de projectar um espaço sagrado é intemporal. Não é hoje diferente de ontem como não será, com certeza, amanhã. Intemporal é também a necessidade do encontro humano com o divino, do Homem com Deus. Encontro esse que necessita de tempo e de espaço. Erigir uma Igreja é essa ambiciosa tentativa de criar um espaço atemporal num tempo que se torna espacial. Mas a ecclesia é a Comunidade reunida com Deus e o espaço construído encerra, em si, a vontade de representar a sua relação com o sagrado.»


Paulo Pisco a propósito da Nova Igreja do Faralhão em Setúbal