O diário de Anne Frank, é um clássico esquecido. Mas pode ser agora, de enorme utilidade. Lemos este livro com 13 anos, no início do Verão de 1984. Em dias, para nós, também muito difíceis.
É um livro que conta a vida em auto-reclusão forçada, num anexo, por duas famílias de Judeus. em Amesterdão, durante a Segunda Guerra Mundial. Confinados ao Anexo (que é hoje visita obrigatória quando vamos à cidade) de um escritório, as dias famílias lutam pela sobrevivência ao nazismo, escondendo-se. Foram denunciados e despertos, tendo ido todos para campos de concentração, onde quase todos, os protagonistas do Diário vêm a morrer.
A particularidade é ser escrito por uma adolescente, de uma enorme sensibilidade e talento para a escrita, em forma de diário. O mesmo só foi lido na totalidade por alguém mais tarde. O seu pai, só após a 2ªGuerra Mundial ter acabado voltada ao Anexo e encontra o Diário de Anne, que entretanto tinha morrido conjuntamente com a sua outra filha e esposa num dos campos de concentração.
Vale a pena ler para se perceber muito daquilo que estamos a passar, auto-confinados às nossas casas.
Mais divertido, recomendamos também a leitura de as Farpas. São também um clássico. Um livro que compila um conjunto de textos de Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, foram originalmente publicadas entre 1871 e 1872.
Aqui, poderemos ver que a escrita livre pode ser uma verdadeira bênção para o espirito. Esta versão trazida por Filomena Mónica é a que recomendo. Tem sua "certificação" cientifica, o texto tem ortografia atualizada mas mantendo a integralidade dos textos originais.
Recomendo a quem anda armado nas redes sociais, novo suporte para as farpas contemporâneas, em policia e moralista dos costumes e da critica livre e com humor. Recomendo a todos mas particularmente nos que escrevo mais: o AHUA (cerca de 9 000 membros) e o Coisas de Setúbal (cerca de 73 000 membros). Ambos com incidência territorial em Setúbal mas que estão já muito para além destas fronteiras.
As Farpas, escreve Filomena Mónica, marcaram uma época, o que não nos deve surpreender dada a originalidade, fruto "raiva sentida por uma nova geração diante da burguesia que se instalara no poder após a Regeneração de 1851".
"A Queda de Roma e o Fim da Civilização" recomendo a todos, mesmo todos. Especialmente aqueles que pensam que a única coisa importante para nos mantermos vivos é a saúde. Não, não é.
A civilização que nos mantém precisa de muito mais para nos manter. Vasco Púlido Valente, recentemente falecido, em idade avançada - apesar de com muito tabaco e álcool consumido com devoção e persistência - escreveu acerca desse livro o seguinte:
" O fim da autoridade universal de Roma e a insegurança e o caos que a seguir vieram acabar com este mundo. Nove décimos da "Europa" regrediram mil anos para o principio da Idade do Ferro e levaram mil anos a recuperar. O inimaginável acontece."
Um dos mais consistentes livros que li sobre o tema feito por por um arqueólogo e fundamentado em factos arqueológicos o que não é um detalhe.
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