Em 31 de Outubro de 2006 escrevemos:
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O actual referendo sobre o Aborto levanta-nos os seguintes comentários eventualmente desconexos, mas sentidos e reflectidos:
Este assunto poderia e deveria ser resolvido na Assembleia da Republica. Existem diversas propostas na mesa para que assim seja. Mais à esquerda ou mais à direita mas fundamentalmente ao centro. São os extremos político partidários que mais reclamam a realização deste referendo.
As pessoas moderadas, com experiência de vida e com uma consciência profunda da natureza humana e das contradições entre o desejo e a realidade sabem que este assunto é, no mínimo controverso. Votar num sentido ou noutro é sempre, de alguma forma votar sempre contra uma parte de nós.
Ao longo do último referendo falamos com muitas pessoas sobre este assunto e notámos um grande incómodo na sua abordagem. Muitas delas, quanto mais se falava, menos vontade tinham de votar. Se bem nos recordamos, também então, as sondagens pela despenalização do Aborto eram maiores. No entanto, o resultado foi o que se viu.
Concordamos com a opinião expressa por D. José Policarpo, a sociedade não vai superar os 50% de participação neste referendo. Quanto mais se falar mais aumentará a abstenção.
Não parece ser útil a ninguém, este referendo. A não ser aos extremistas ou aos que querem “um tira teimas” em relação ao último "não". E ainda ao Eng. Sócrates que mantém a malta distraida durante uns tempos.
Por isto tudo parece-nos desnecessário.(...)"
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