quinta-feira, abril 9

Frank Lloyd Wright




Se ainda acreditássemos em Heróis Frank Lloyd Wright seria, para nós, um dos nossos maiores. Neste caso no âmbito da arquitectura e de uma certa forma até do urbanismo, porque Wright também reflectiu uma forma crítica, criativa e num certo sentido visionária, sobre o fenómeno urbano, apesar de ter tido menos relevância no debate disciplinar. Por razões relacionadas com o curso da história, mas que podem hoje ser revisitadas. Broadacre City, pensamos, será olhado com renovada atenção nos próximos anos. As cidades estão a evoluir para cidades território, mesmo as europeias o que conjuntamente com as questões da sustentabilidade vão obrigar a repensar as dicotomias: urbano/rural, “natural”/artificial, etc.





Mas do ponto de vista arquitectónico FLW foi e é considerado um dos grandes arquitectos que marcaram o século XX. E um dos que melhor articulou a ruptura do modernismo com os valores da natureza. A sua inspiração não foi o paradigma industrial mas as potencialidades que a técnica construtiva colocou à criatividade num mundo necessariamente novo, sem ter de ser mecânico. Nesse sentido este arquitecto sempre se adaptou mal ao mundo industrial e colectivista, encarnando uma visão mais humanista e até individualista do homem moderno. Mais Americano do que Europeu no contexto da trajectória do século XX. Apesar de ter sido muito apreciado também na Europa.





Outro aspecto que nos parece relevante é o facto de se reinventar continuamente. Quem o faz está mais sujeito ao erro e ao engano. Mas apesar disso a sua obra revelasse quase sempre de uma enorme criatividade e muitas vezes genial. Mas a sua criatividade não se deixou fechar nas armadilhas da linguagem saltando em frente quando algo de novo se tornava importante. Apesar de ter sido uma das primeiras estrelas da arquitectura, no sentido contemporâneo nunca deixou que isso o tornasse prisioneiro da sua imagem.


Vamos por isso dedicar este mês a este arquitecto a propósito dos 50 anos da sua morte.


1 comentário:

Anónimo disse...

Há uma grande lição de F.L.W. Na arquitectura muito mais importante que construir paredes e tectos é o espaço que existe entre estes.
Infelizmente continuo a ver da parte de muitos projectistas um desprezo completo por este último. E em Portugal basta andar e fruir as nossas habitações e edifícios para verificarmos que Wrigth continua a não ser "ouvido".

RUI SILVA