sábado, março 5

Porque é a Investigação & Desenvolvimento (I&D) tão importante para Setúbal

Dia 4 de Março no Setubalense

A cidade e a região de Setúbal têm um reconhecido “potencial” que todos ouvimos falar há décadas. Mas este reclama ser concretizado. Muitas são as formas de o conseguir. Gostaríamos, aqui, de nos focar numa que nos parece estratégica para o tornar real.
Os indicadores da região apresentam-nos duas realidades aparentemente contraditórias: estando instaladas no território algumas das maiores empresas nacionais o rendimento per capita apresenta-se como o mais baixo da Área Metropolitana de Lisboa (AML). Como explicar isto e como o poderemos transformar?
Percebemos, se olharmos para a história,  que as vagas de industrialização aqui registadas fixaram muito gente à região, apostando em mão-de-obra intensiva pouco qualificada e de baixo custo. Essa realidade é ainda responsável pelo tecido económico e social  hoje existente. A economia regional está assente em Industrias de grande dimensão que coexistem com um fragmentado tecido empresarial constituído essencialmente por pequenas empresas, sendo poucas de média dimensão. A baixa escolarização e qualificação profissional  têm  repercussão social, refletindo-se nos baixos salários e numa taxa de desemprego mais elevada que a média do país e mesmo que da AML.
No entanto registam-se sinais animadores, pois a última crise sentida a partir de 2008 foi, para a região e cidade de Setúbal, menos violenta que a registada nos anos 80. Resistindo a economia melhor agora que então. Verificando-se  um crescimento de alguns sectores e empresas resultante de uma adaptação positiva à exposição concorrencial na economia global. Mas, apesar disso, continua este território a ter um comportamento dual nos indicadores atrás referidos: Porquê?
No nosso entender, as baixas qualificações da população e a ausência de fixação de quadros médios e superiores à região produzida pelo tecido empresarial atual e pela inexistência de ensino superior de dimensão e qualidade nacional  e internacional na região (apesar do IPS e do polo da U. Nova na Caparica), ajudam a explicar uma parte do problema. A inexistência de um conjunto de industrias e empresas de dimensão média que incorporem novos saberes e quadros mais qualificados, permitem compreender a outra. Estas duas realidades têm  dificultado o desenvolvimento regional. Não são as regiões essencialmente  a expressão das qualidades dos seus habitantes, empresas e instituições?
Assim, parece-nos indispensável fomentar o aumento da qualificação das pessoas e da capacitação das empresas e instituições para internacionalizar a economia e o território por forma a fixar (ou não deixar partir) uma população e um tecido empresarial mais competitivo, criativo e rico.

Por fim, atrevemo-nos a lançar o desafio para se incorporar I&D através da desejada ligação entre o ensino, a investigação e as empresas, para que desta forma, a economia regional cresça. Só assim as pessoas qualificadas podem continuar a viver os seus sonhos em Setúbal e, dessa forma, concretizar (finalmente) o seu “potencial”.

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