segunda-feira, janeiro 24

Rankings escolares 1


Assisti na passada quinta-feira (20.01.05) ao lançamento do livro “No silêncio somos todos iguais” de David Justino. Sim o ex-ministro. Escreveu um livro pequeno, bem escrito e cientificamente inatacável. Perde-se um ministro recuperou-se o académico. O autor é professor associado do Departamento de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa. De forma sintética rebate um conjunto de ideias feitas sobre os Rankings, escolares e a sua divulgação – sim está sempre em risco de se silenciar – e os factores que influenciam o seu desempenho. Desde já digo que, tal como o autor sou favorável à divulgação dos resultados dos exames, conhecidos como Rankings. Vou passar a explicitar alguns dos pontos essenciais expostos no livro:
Relação, ensino público/privado. Fica demonstrado que as escolas privadas – a minoria do sistema – tem os melhores resultados nas cidades de maior dimensão. Em Lisboa e Porto. Cidades que, têm capacidade demográfica e económica para manter, de forma “sustentada” e ao longo de muitos anos, um conjunto de escolas ditas, de elite. Nas restantes cidades, de menor dimensão, as escolas públicas assumem os primeiros lugares na região. As privadas assumem um lugar idêntico às públicas. Há melhores e piores. Não se destacam.
Relação, desempenho educativo/dimensão das turmas. Não é se pode demonstrar uma relação directa entre estes dois factores. Acontecendo que em muitas das escolas que sofrem menor pressão demográfica, tendo por isso turmas menores, apresentam piores resultados. Neste grupo encontram-se as escolas de zonas de êxodo demográfico, ou menos “procuradas” por alunos nos meios urbanos mais dinâmicos.
Relação, desempenho custo médio por aluno. Desmistifica a ideia de que gastando mais se conseguem melhores resultados, onde muitos exemplos provam justamente o contrário.
Relação, desempenho custo médio do pessoal docente. Este indicador consegue ter uma relação relativamente directa com o desempenho, apesar de existirem desvios “estatísticos” que não permitem conclusões precipitadas. Como se calcula a remuneração está directamente ligada com dois factores: a experiência e por consequência a estabilidade.
Estes são alguns dos aspectos focados que mexem com algumas das “vacas sagradas” do “eduques” cá do burgo. E só por isso já valeu a pena ter sido escrito. É favor ler.
Da Gradiva

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