quarta-feira, maio 31
sábado, maio 27
(RE)PENSAR O ESPAÇO DE APRENDIZAGEM
Para todos os interessados o programa é:
PROGRAMA “BUILDING SCHOOLS FOR THE FUTURE”
ORADOR: MUKUND PATEL (Department of Education and Skills, Inglaterra)
O governo inglês têm em curso um programa de renovação do parque escolar – Building Schools for the Future. Lançado em 2002-03 e com um horizonte de 15 anos, constitui-se actualmente como uma referência internacional no campo da arquitectura escolar.
Esta iniciativa envolve aspectos inovadores quer ao nível da avaliação das condições espaço-funcionais dos edifícios existentes, quer ao nível das soluções apresentadas: espaços de aprendizagem eficazes e confortáveis, garantindo deste modo as condições essenciais às actuais práticas pedagógicas e ao estabelecimento de uma comunidade escolar efectiva em coerência com os novos paradigmas educativos. As intervenções propostas apoiam-se em princípios de concepção flexível, integrada e sustentável visando a adaptação dos equipamentos escolares à evolução dos curricula e às didácticas associadas; uma utilização diversificada e alargada à comunidade e a redução dos custos de gestão e de manutenção pela integração de estratégias de design ambiental e de durabilidade dos materiais e das soluções espaciais e construtivas.
Mukund Patel, director do Buildings and Design Unit, Department for Education and Skills (DfES) e responsável pelo programa Building School for the Future, irá abordar aspectos relativos às estratégias seguidas na renovação do parque escolar e aos princípios que orientam quer a concepção de novos equipamentos escolares quer a requalificação dos existentes. Particular destaque sera dado à apresenrtação dos mecanismos utilizados pelo DfES para a avaliação dos projectos de arquitectura – Design Quality Indicators.
O tema abordado reflecte a importância atribuída à arquitectura escolar enquanto suporte de aprendizagem e insere-se no âmbito da investigação em desenvolvimento no Instituto Superior Técnico (ICIST; núcleo 8 (Arquitectura); linha 2: ARQUITECTURA ESCOLAR). Através da investigação na área da arquitectura escolar procura-se obter respostas inovadoras focalizadas na concepção de edifícios capazes de suportar as mudanças ocorridas no actual contexto educativo, motivar nos alunos uma disposição natural para a aprendizagem e ao mesmo tempo potenciar os recursos utilizados na sua construção, gestão e manutenção.
Programa:
10.00 Abertura
Dr. Manuel Carmelo Rosa (Fundação Calouste Gulbenkian, Serviço de Educação)
Prof. José Paulo Moutinho Almeida (presidente do ICIST)
Profª. Teresa V. Heitor (ICIST - Coordenadora do Projecto Espaços de Aprendizagem em Portugal)
10.30 Apresentação dos programas Building Schools for the Future e Schools of the Future
Mukund Pattel
11.15 Discussão
12.00 Modelos de avaliação das propostas de intervenção – Design Quality Indicators e Asset Management Plans
Mukund Pattel
12.30 Discussão
13.00 Encerramento
Apoio: Fundação Calouste Gulbenkian; Fundação para a Ciência e Tecnologia
quinta-feira, maio 25
segunda-feira, maio 22
Um Bonfim para Setúbal
A manutenção do Estádio do Vitória no Bonfim é uma boa decisão tomada pela nova direcção do V.F.C, apesar de ainda não estar garantida. É boa para o Clube e para a cidade de Setúbal: Para o Clube porque ao manter-se no Bonfim preserva-se como um símbolo de uma identidade inscrita na memória do lugar que, para muitos setubalenses (especialmente os vitorianos), faz parte do seu património colectivo e que quase todos lamentavam ver definitivamente arredada para “fora” de Setúbal. Para a cidade porque esta necessita preservar um conjunto de funções e factores identitários no seu centro urbano, para travar a decadência que este tem vindo a assistir.
A relação entre o clube, o estádio e a cidade mudou nos últimos anos e irá, com este novo impulso, mudar muito mais. Mas é desejável que a mudança seja benéfica para todas as partes. Do lado do Vitória esta operação pretende, essencialmente, resolver duas questões: a construção de um novo estádio, moderno e funcional com 15 mil lugares e contribuir para a solução da sua problemática situação económica nos próximos anos através da renda gerada pela zona comercial associada ao projecto. Por parte da cidade, esta operação pode significar um novo impulso de revitalização urbana, com a criação de um pólo de dimensão regional com múltiplas valências, a nível desportivo, comercial e até cultural, de que Setúbal tanto precisa.
Existem, no entanto, alguns problemas na gestão actual na zona do Bonfim que se não forem resolvidos com esta intervenção poderão tornar a vida da cidade mais difícil e comprometer o seu sucesso. Este projecto não pode, apenas, reflectir a resolução dos problemas do curto prazo, nomeadamente os económicos por parte do clube. A pressa e uma visão estritamente imobiliária ou de populismo fácil podem sujeitar este empreendimento a más decisões, politicas e técnicas, que ensombrarão o seu futuro, como aconteceu num passado bem recente.
A inserção urbana do novo estádio é essencial para o seu bom funcionamento. Sendo actualmente a zona do Bonfim já bastante complicada em termos de acessibilidade e trânsito, podemos imaginar como será com uma carga permanente muito superior com um “novo centro” comercial de 50. 600 m2 de área coberta e mais 23.500m2 de habitação. É, portanto, essencial que o novo plano de pormenor não se limite à zona de intervenção do actual estádio e do seu campo de treino mas “olhe” toda a zona envolvente para “ver mais longe”.
Para que isso aconteça, este plano tem de ter uma dimensão estratégica a ele associado, não pode ser apenas mais um “loteamento imobiliário”. Se assim não for, pode comprometer mais do que resolver. Para que a cidade e o Vitória beneficiem com este plano, este tem de ajudar a afastar problemas, alguns já existentes e evitar outros no futuro. Deixamos aqui três pistas para uma reflexão que deve ser conjunta do Vitória com a cidade.
O Plano de Pormenor do novo Estádio do Bonfim deve reflectir uma boa articulação com os dois pólos comerciais próximos, a “Baixa” e a nova Estação da CP na Praça do Brasil (esta com uma valência comercial importante) porque é necessário um olhar complementar na estratégia comercial e na articulação destas três centralidades comerciais e urbanas para que todas beneficiem, podendo ser a “oportunidade” para o início da revitalização da “Baixa”.
Uma nova articulação com a “via rápida” que liga a estrada para Azeitão com a estrada para Palmela/Auto-estrada é fundamental para melhorar a acessibilidade do Bonfim assim como da restante cidade. A “via rápida” tem ligar directamente a Av. Antero de Quental (Av. do Jumbo) com a estrada de Azeitão e o nó de articulação com a primeira tem de ser desnivelado para acabar com o conflito de trânsito existente na Estrada dos Ciprestes, que gera boa parte dos engarrafamentos na cidade. Esta “via” deveria também deixar de ser “rápida” e passar a ser uma avenida urbana para permitir o atravessamento de pessoas (pela necessária acessibilidade pedonal ao novo espaço comercial e desportivo) e permitir ligar a rede viária a um novo eixo de escoamento de trânsito alternativo à Av. Rodrigues Manito, já demasiadamente saturado.
Um bom estacionamento é outro aspecto essencial, quer para o estádio quer para a superfície comercial, que terá de ser necessariamente articulado e complementar. Mas a sua instalação em caves comporta algumas salvaguardas, a implantação do Estádio está assente em “leito de cheia” e a Ribeira do Livramento, que passa junto a este, é “responsável” pelas inundações da cidade. Esta linha de água necessita de ser repensada num Plano de Bacia Hidrográfica que podia ter, também aqui o seu impulso, estabelecendo uma nova articulação com o tecido urbano, onde o Parque Urbano da Várzea pudesse ser definitivamente realizado, ligando-o com o Parque do Bonfim através do Estádio.
Projectar um equipamento com múltiplas valências, como este e no coração da cidade, deve constituir uma oportunidade séria para melhorar Setúbal e o seu maior clube. Desejamos, por tudo isto, a este projecto do novo Estádio do Vitória, um Bom Fim.
quinta-feira, maio 18
Direito à Arquitectura
Finalmente
terça-feira, maio 16
O Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território
O PNPOT é um documento que, proposto pelo Governo, vai ser aprovado como lei pela Assembleia da República ( constitui o único instrumento de gestão territorial cuja aprovação cabe ao Parlamento).
Este é um documento que estabelece as opções de desenvolvimento económico e social, define um modelo de organização social visando, entre outros, estabelecer os objectivos e princípios assumidos pelo Estado numa perspectiva de médio e longo prazos quanto à localização de actividades, dos serviços e dos grandes investimentos públicos ( conforme o artº 28º do DL nº 380/99, de 22 de Setembro).
O alerta vai para o curto espaço de tempo que o Governo concedeu para a discussão pública, apenas 60 dias. O mínimo previsto na lei, e este período apanha os meses de Julho e Agosto.
Sendo este documento denso e complexo não se pode perder tempo. Mas devia alguém perguntar ao Estado – neste caso este governo – porque se deu ele ao luxo de demorar tantos anos a elaborá-lo e agora vem pedir tanta pressa. Será que algum Deputado o fará?
domingo, maio 14
sexta-feira, maio 12
segunda-feira, maio 8
terça-feira, maio 2
segunda-feira, maio 1
Boa Noite e Boa Sorte
Boa Noite e Boa Sorte
Good Night and Good Luck EUA 2005 (88 min)
Direção: George Clooney
Elenco: Koumba Ball, Lansana Kouroma, Danielle Akerblom, Uly Darly, Daphné Desravines, Maka Kotto
Good Night, and Good Luck era a forma como finalizava o seu programa See it Now, na rede CBS no começo dos anos 50, o jornalista Edward Murrow. Alvo do senador Joseph McCarthy, que empreendia uma verdadeira “caça às bruxas” aos simpatizantes do comunismo. Murrow diferente de outros, enfrentou o inimigo durante cinco episódios de seu programa desvendando as facetas controversas no discurso de McCarthy, com todas as montagens de declarações e mentiras do poderoso senador.
Homens assim são sempre raros ontem como hoje. Homens que colocam os valores civilizacionais acima de qualquer outro.
É importante perceber como então se utilizava a televisão. Naquele tempo um jornalista “fumava” em directo no ecrã de televisão - um sacrilégio nos dias de hoje - mas citava Shakespeare numa analogia com o personagem em análise – uma impossibilidade cultural actualmente.
Murrow chama a atenção para a importância da televisão, colocando-a também a ela no domínio das nossas opções colectivas e não fora dele, onde a solidão e o entretenimento não poderiam ser a sua única “função”. Se ele visse o que hoje se passa…
Este filme coloca várias questões aos dias de hoje:
O problema do excesso de segurança “contra o inimigo” – ontem o comunismo hoje o terrorismo – e como isso pode ser uma intromissão do Estado sobre a vida do cidadão.
A importância da responsabilidade individual na defesa do nosso “modo de vida”, sobretudo para vencer o comodismo.
O papel da televisão, valorizando (ou não) o que temos de melhor. Naquele tempo, esta, ainda pretendia puxar para cima, hoje está, essencialmente, a fazer o contrário. A barbárie tem cada vez mais tempo de antena.
George Clooney, fez também um óptimo trabalho ao nível da realização. Desde a escolha dos protagonistas - com destaque para o excelente David Strathairn - aos enquadramentos, passando pelo belíssimo trabalho de fotografia, tudo empresta ao filme o glamour típico do cinema negro, acentuando a falta de “cor” de uma das épocas mais tristes da história da América.
Mas não podemos deixar de recordar que só num sistema livre como o americano, com todos os defeitos inerentes às sociedades humanas, se aperfeiçoam os defeitos de cada tempo. A não perder, especialmente por aqueles que pensam que já não vale a pena lutar.