segunda-feira, dezembro 17

Sobre política


Um dia destes passou por Setúbal Rui Gomes da Silva (RGS), actual vice-presidente de Luís Filipe Menezes (LFM). Perante a Assembleia Distrital do PSD cá do sítio proferiu uma série de intenções politicas da actual direcção nacional:

Uma das que referiu, a alteração à actual Lei Eleitoral para Assembleia da República, supostamente a negociar-se com o Partido Socialista. Sobre esta disse estar-se a encontrar novos círculos, que talvez não cheguem bem a ser uninominais, mas que assentavam na sub divisão dos actuais distritos.
A outra foi sobre o “Partido Empresa”, dizendo que os novos profissionais seriam só para assessorar directamente o Presidente do Partido, sendo um corpo muito “reduzido”.

Quando podemos intervir dissemos ter algumas dúvidas, nós e todos os outros que acompanham a acção politica da actual direcção, em perceber o que é estratégico e o que é táctico na condução de alguns dossiers. Mas que começa a parecer ser a táctica o que prevalece. Para ilustrar esta nossa “sensação” falámos desses dois aspectos:

Sobre a “nova lei” parecia-nos, no mínimo “estranho” que, sendo LFM um defensor confesso da regionalização e estando o actual Governo a reorganizar a Administração Pública toda em função de cinco regiões (basta ler o PRACE), que se propusesse a divisão territorial com base nos actuais distritos, há tanto tempo em vias de extinção. Era natural prever a nova territorialização da lei eleitoral para as legislativas em função do “desenho” das cinco regiões que se configuram ser a base para uma futura regionalização, seja ela politica ou meramente administrativa. Isto se o assunto é para levar a sério…

Relativamente ao “Partido Empresa” era bom perceber quem iria pagar a despesa. Apesar de ser favorável à profissionalização de algumas áreas do desenvolvimento da acção politica, dentro de um Partido à que ter algumas cautelas. Porque, como todos sabemos, o mais fácil é criar “empregos”. Pagá-los ou extingui-los é bem mais complicado. Era importante saber, ao mesmo tempo que se pensa a sua necessidade, quem, como e porquê irá pagar esses novos encargos. Isto tudo num Partido que não tem dinheiro para manter a maioria das Sedes Locais.

A nada disto respondeu RGS. Disse apenas saber que LFM era um homem muito bem preparado e com ideias para o País. Uma espécie de homem providencial.

Da “nova lei eleitoral” para as Legislativas soubemos pelo “Público”, há uns dias, que o PSD “resolveu deixar amadurecer o assunto” o que nos pareceu da mais elementar sensatez.
Sobre o “Partido Empresa” pouco mais se sabe, o que pode fazer antever as piores expectativas…

Quanto à fé em LFM, que RGS recomendou, é para nós relativo a Deus. A César exigimos saber o que o move e como se move, o que pensa ser estratégico e como o conduz no plano táctico.

A Política, apesar de actualmente não parecer, é assunto racional e sempre escrutinada criticamente. Pensar diferente é morrer politicamente a prazo. Basta olhar para o PCP para perceber que a fé na política morre, mesmo que demasiado lentamente.

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