quarta-feira, junho 25

Junho outra vez



O mês de Junho tem sido marcante nas nossas vidas. Desde Sempre. De falecimento, casamento e nascimento, surpresas e outros eventos, temos tido de tudo um pouco. O deste ano não foi excepção. Por isso temos andado ausentes. Muito se tem passado entretanto.

O nosso pai chegou aos 71 anos e a nossa filha aos 11. Os dois (nesta foto) num diálogo de gerações encontram-se, pequenos mas firmes, perante a imensidão do mundo que os rodeia. Mas não o temem. A sua firmeza está na continuidade desse diálogo. Mesmo quando a racionalidade (ainda ou já) não o habita e apenas a ternura perdura, o amor permanece e tudo o resto sobra.

Hoje em dia, é cada vez mais difícil manter este contacto entre gerações. Todos são arrumados entre: infantários, escolas, escritórios ou lares. Todos muito espartilhados por compartimentos. Os velhos com velhos, as crianças com crianças. Muito pouco, uns com os outros. De tal forma que, às tantas, ninguém consegue comunicar. Primeiro entre gerações, depois intra, e por fim, nem mesmo com o seu próprio espelho.

O que não percebemos, ou geralmente temos dificuldade em entender, é que o ser humano só existe em relação. E só nessa relação somos alguém. O simples desconhecimento desta realidade leva a que, por preguiça, comodismo, pragmatismo, simples egoísmo ou aparente conforto, percamos o essencial por ausência do outro. No entanto, sem relação resta apenas a solidão.

Foi esta verdade, simples mas tão subtil, que Junho nos trouxe outra vez. Obrigado.

1 comentário:

Anónimo disse...

Grandes palavras, Paulo! Grandes palavras...

Rui Silva