quarta-feira, janeiro 20

O frio relativo...

Hoje vinha publicado na imprensa uma notícia que referia que cerca de um terço dos portugueses não tinha meios para manter a casa quente, sendo da Europa o país pior preparado para as baixas temperaturas *. Estes resultados são bem reais. Vemo-nos como um País temperado e, talvez por isso, fartamo-nos de passar frio.

Esta notícia fez-nos lembrar quando há uns anos pela primeira vez fiz uma viagem ao centro da Europa e calhou logo no mês de Dezembro. Nessa altura pensei que me teria de preparar o frio pois a meteorologia assim o recomendava. Puro engano. Fizemos toda a vigem no maior dos confortos só sentindo alguma dificuldade se passássemos demasiado tempo na rua. Mas mesmo assim logo que entravamos num espaço interior tudo se recompunha tendo muitas vezes de reduzir a indumentária à camisa. Mesmo nos cafés.

Toda a viagem foi feita no maior conforto térmico. Lembramo-nos perfeitamente quando voltámos a sentir frio... Só no regresso a Portugal. Nessa altura, nos finais dos anos 80, o País estava muito diferente e de lá para cá muito mudou. Mas nesse ponto ainda temos muito caminho a fazer. Apesar de as novas construções estarem mais preparadas fruto dos regulamentos térmicos entretanto criados, o velho parque habitacional continua essencialmente na mesma. Passar frio por termos um clima moderado já não parece chegar como justificação. A Pobreza parece ser agora (como antes) a razão.

*Estes resultados foram revelados na análise sobre a taxa de privação material, um indicador que o Comité de Protecção Social criou para medir a exclusão social (divulgados pelo Eurostat) para a conferência de abertura do Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social.

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