quarta-feira, outubro 26

Pobres ex-combatentes ou apenas pobres?


O ministro da defesa, Luís Amado, diz não ter dinheiro para pagar a reforma a todos os ex-combatentes do ultramar. A ser verdade, e hoje dizer que o estado não tem dinheiro é uma banalidade que ninguém põe em causa, o ministro devia pura e simplesmente acabar com mais esta “despesa”.

Esta "reforma" criada por Paulo Portas, ainda no governo de Durão Barroso, como uma forma de dignificar estes servos da pátria que não tinham sido justamente tratados por terem estado do lado errado da história. Era a visão dos pobres ex-combatentes. Discutivel mas compreensível.

Estar em desacordo com esta medida ou achar que este dinheiro faz falta para outras prioridades é defensável e até poderá ter apoiantes. Agora prolongar esta dificuldade “orçamental” diminuindo-a e dando-lhe um carácter de rendimento complementar aos ex-combatentes pobres é uma típica resposta socialista. Do tipo “nós somos porreiros mas como não temos dinheiro vamos só ajudar os que mais precisam”. Discutivel e incompreensível.

Então mas esta medida não era uma forma de compensar quem deu o “corpo” aquela causa, honrando a Pátria, com este gesto, o papel que tiveram? Se assim era ou há para todos ou não há para nenhum. Em caso de serviços à Pátria não existem pobres nem ricos. Existem homens ou mulheres que o fizeram.

Ao tornar esta questão num “rendimento mínimo” aos ex-combatentes o governo não resolve nenhum problema e acaba por criar dois:

Primeiro desvirtua o carácter da medida criando uma situação injusta para os que não recebem.

Em segundo vai tornar esta descriminação positiva por serviços prestados, em mais um subsídio complementar de reforma aos pobres que estiveram na “guerra do ultramar” a que dificilmente se conseguirá por cobro.

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