sábado, setembro 16

Oriana Fallaci




Esta jornalista Italiana de esquerda, que se notabilizou nos últimos anos ao escrever um livro a quente "A Raiva e o Orgulho" logo após o 11 de Setembro e, uns anos depois, com maior serenidade, "A Força da Razão”, morreu. Vítima de uma doença de Cancro, manteve uma luta aberta com a doença do seu corpo e com aquilo que considerava uma doença de alma na "nação" europeia. Segundo ela, esta estava a abdicar dos seus valores e por isso colocava-se de “cócoras” perante os árabes, correndo sérios riscos de nos tornarmos num enorme Al-Andalus, com a sua teoria da Eurábia.

A sua visão não era exactamente a nossa mas apreciávamos-lhe a qualidade rara da frontalidade e da coragem. Recusando o “politicamente correcto” tão em voga na opinião publicada actual e desmistificando a ideia dos países árabes “coitadinhos”. A sua feminilidade tinha ganho uma natural aversão à condição a que a cultura muçulmana remetia as mulheres. Num repúdio epidérmico antes mesmo de racional. E assim foi a sua reflexão final, após o 11/9. Primeiro uma reacção emocional e desesperada depois outra mais calma e atenta.

Uma última homenagem a uma bela e corajosa mulher que fazia questão de mostrar o rosto. Nascida em Florença em 29 de Junho, Oriana Fallaci deixou-nos com 77 anos.

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