Georges Dussoud
Alturas do Barroso
Agosto de 1983
Este fotógrafo, que tem percorrido Portugal nas ultimas três décadas, retrata, pelo menos no que nos foi dado a ver pela imprensa, um “Portugal Profundo”. É muito interessante ver neste trabalho - Crónicas Portuguesas, a exposição retrospectiva do fotógrafo francês Georges Dussaud (n. Brou, Bretanha, 1934), patente na Cadeia da Relação/Centro Português de Fotografia (CPF), no Porto - um Portugal que ainda existe, ou existiu até à poucos anos, mas que está, pelo menos à superfície, muito mudado.
Mas é importante perceber que na década de 80 Portugal tinha zonas (muitas) que do País com um tipo de vida muito diferente daquilo que hoje imaginamos ou recordamos (ou queremos recordar) desses tempos. Se não tivéssemos a informação podíamos pensar que estas fotografias se referiam a um qualquer país longínquo situado no “terceiro mundo”. O mundo mudou muito e nós ainda mais. Mas é bom perceber que muito do que mudou foi por “fora”. Por dentro ainda conservamos muita da “pobreza” que observamos nestas imagens, tendo perdido alguma da sua riqueza.
É sempre bom perceber o que somos enquanto nação, para não nos deprimirmos muito nem embandeirarmos demais.
A não perder.
1 comentário:
Paris, 28 Juillet 2007
A Paulo Pisco en espérant qu' il parle français; il parle sûrement français pour aimer Marguerite Yourcenar et avoir mis sur son site cette superbe photo prise par Georges Dussaud .
J' étais à Porto le week end dernier; passage à la FNAC dans le quartier éventré de Batallha et je tombe sur "Portugal rural atraves dos campos",série de cartes dont une reproduction de Tras-os-Montes .
J' ai raté l'expo hélas.
Le Nord de votre pays est passionnant (je connais mal le Sud de Lisbonne). Vous seriez un homme du Sud (?) et aimeriez les barcos.
Pour moi, cette photo est de toute éternité; 1981 ou 2007 qu' importe;
ces paysans existent encore et j' aurais bien aimé partager leur collation à l' heure si chaude dans l' été du Nord. Il y a plus de femmes que d' hommes, pas de verres pour boire, mais une cruche de vinho verde à partager. Et puis, la lumière, l' immense lumière par la porte entrouverte, lumière qui est donnée à tous, riches et pauvres.
J' apprends que Setubal est jumelée avec Pau (très bien) et avec Beauvais (moins bien!)et puis il y a une statue de Manuel Maria Barbosa du Bocage, énigmatique ; mon étonnement à voir sa contribution à la littérature érotique du XVIII ème siècle ainsi récompensée !.
Merci pour Dussaud.
Anne Jourdain Bresson
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