Esta é, eventualmente, a cantora Pop da década. O próximo Mito do início do século XXI. Tem tudo para isso. Voz, carisma e talento não faltam. Mas, mais importante de tudo, é nova e transporta consigo o lastro da tragédia. A tragédia é um elemento indispensável à criação do Mito. E sendo jovem é, absolutamente, indispensável.
Winehouse, foi para nós, até há bem pouco tempo, apenas um nome. Com frequência os seus escândalos vêm noticiados. Confessamos que conhecia pouco da sua obra. Apenas o que passava na rádio com mais frequência. Mas só após o seu concerto em Lisboa, no Rock in Rio, a nossa “consciência” auditiva se apercebeu do seu real valor. Contrariamente à maioria das pessoas o seu concerto não constituiu, para nós, uma desilusão. Antes pelo contrário. Só a partir de então, não sabemos se por antipatia pelo julgamento “moral” que fizeram da criatura por actuar para além do estado de bêbada, resolvemos dar uma oportunidade séria a Amy e ouvir com atenção a sua obra. E que obra. É de facto muito boa. Só nos admiramos, em certa medida, do sucesso que tem entre os jovens. Pois a sua sonoridade, especialmente a de Back to Black, é de outros tempos, apesar da sua voz invulgar tornar tudo intemporal.
Os ventos parecem estar pouco contemplativos com a autodestruição. Está toda a gente com a paranóia do politicamente correcto, onde a saúde surge como um dos novos Deuses. Por isso todos condenam as “drogas” e o álcool” ingerido por Winehouse (nome sugestivo). Ainda mais quando o faz sem pedir desculpa a ninguém. No entanto, o que não percebem é que a “juventude” se pela por ter uma “incompreendida” por ídolo. E que os mais velhos, condenando a personagem, só a alimentam. O “fosso de gerações”, apesar de ninguém já querer ser velho, ainda tem o seu peso.
Até Amy percebeu isso. A cada escândalo que faz vende mais discos. Gozar o prato é, apesar de tudo, a maneira mais inteligente de jogar este jogo. Sabendo que cada geração reclama o seu mártir, temos dúvidas se a ironia de Amy irá permitir que ela se torne no próximo.(?)
No que a nós nos diz respeito só a sua música interessa. Sem julgamento moral, apenas o estético. E, esse é, indiscutivelmente, muito positivo.
Deus a conserve.
Winehouse, foi para nós, até há bem pouco tempo, apenas um nome. Com frequência os seus escândalos vêm noticiados. Confessamos que conhecia pouco da sua obra. Apenas o que passava na rádio com mais frequência. Mas só após o seu concerto em Lisboa, no Rock in Rio, a nossa “consciência” auditiva se apercebeu do seu real valor. Contrariamente à maioria das pessoas o seu concerto não constituiu, para nós, uma desilusão. Antes pelo contrário. Só a partir de então, não sabemos se por antipatia pelo julgamento “moral” que fizeram da criatura por actuar para além do estado de bêbada, resolvemos dar uma oportunidade séria a Amy e ouvir com atenção a sua obra. E que obra. É de facto muito boa. Só nos admiramos, em certa medida, do sucesso que tem entre os jovens. Pois a sua sonoridade, especialmente a de Back to Black, é de outros tempos, apesar da sua voz invulgar tornar tudo intemporal.
Os ventos parecem estar pouco contemplativos com a autodestruição. Está toda a gente com a paranóia do politicamente correcto, onde a saúde surge como um dos novos Deuses. Por isso todos condenam as “drogas” e o álcool” ingerido por Winehouse (nome sugestivo). Ainda mais quando o faz sem pedir desculpa a ninguém. No entanto, o que não percebem é que a “juventude” se pela por ter uma “incompreendida” por ídolo. E que os mais velhos, condenando a personagem, só a alimentam. O “fosso de gerações”, apesar de ninguém já querer ser velho, ainda tem o seu peso.
Até Amy percebeu isso. A cada escândalo que faz vende mais discos. Gozar o prato é, apesar de tudo, a maneira mais inteligente de jogar este jogo. Sabendo que cada geração reclama o seu mártir, temos dúvidas se a ironia de Amy irá permitir que ela se torne no próximo.(?)
No que a nós nos diz respeito só a sua música interessa. Sem julgamento moral, apenas o estético. E, esse é, indiscutivelmente, muito positivo.
Deus a conserve.
2 comentários:
Ó Paulo, desculpa lá mas não concordo. A música interessa-me em exclusivo e abstracto, sim, mas quando a oiço em reprodução no leitor de CD's do meu carro; nessa altura tanto se me dá se o cantor está em recuperação numa clínica para toxicodependentes ou sete palmos abaixo da terra. Só que a Amy Winehouse estava algures entre estas duas situações, e mesmo assim não se coibiu de mostrar o seu estado deplorável a um público que (lhe) tinha pago e, portanto, a quem ela tinha que prestar um serviço com um mínimo de qualidade. Não sou apreciador da senhora, nem sequer me encontro diponível para concertos tipo "carneirada", mas é evidente que houve desrespeito, e se a senhora tem talento ou não, apenas o vamos continuar a saber pela audição dos seus registos gravados, pois ali, o mais que ficámos a saber, foi que ela tem problemas psicológicos graves - mas ninguem está na disposição de pagar um bilhete só para saber isso.
P.S.: É "Winehouse".
Caro Aldino.
Relativamente ao profissionalismo estamos de acordo. Mas os comentários que ouvi, quer durante o concerto (SIC radical) quer depois pareceram-me a raiar o paternalismo e o puritanismo. Pode ter sido só uma má reacção da minha parte mas…??
Relativamente ao resto penso que concordarás que a tragedia atrai e na juventude muito mais. E a conversa do bem comportado feita pelos “cotas” só dá mais gás à senhora e aos seus admiradores.
Como é óbvio, não sendo um admirador dos comportamentos da senhora, mas sendo do seu trabalho, para mim o que me interessa é avaliar o trabalho. No caso do concerto ela não fez um bom trabalho, mas quem a foi ver não sabia que o mais provável era isso acontecer????
Um abraço.
P.s. Obrigado pela correcção mas a minha (ligeira) dislexia, por vezes, prega-me algumas partidas.
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