Hoje em dia o poder do “discurso económico” como explicação do mundo é quase unânime. A sua linguagem domina, mesmo, o discurso político e jornalístico. Mas essa supremacia da interpretação e, por consequência, da operacionalidade de todas as dimensões da vida pode não durar muito mais tempo.
O fracasso do “económico” poderá estar para breve. A crise do subprime, conforme ficou conhecida, parece começar por demonstrar, à escala mundial, aquilo que, aqui e ali, ia surgindo um pouco por todo o lado: a ilusão em que assenta boa parte do discurso económico contemporâneo.
A maior parte das instituições económicas, assim como as suas entidades reguladoras são tão, ou mais falíveis, que qualquer outra. Verifica-se que por detrás desse discurso está a necessidade de criar ou manter ilusões, que na maior parte das vezes se transformam em desilusões. Como está a acontecer actualmente.
A visão do curto prazo e a dificuldade de controlar produtos financeiros cada vez mais elaborados colocam os accionistas muito dependentes das administrações das empresas. O desejo, por parte dos accionistas para ganhar dinheiro rápido, coloca aos administradores a responsabilidade de apresentar resultados imediatos. Em muitas destas instituições financeiras o escrutínio das contas é trimestral. Para terem sempre resultados, as administrações, recorrem a estratégias arriscadas mas onde o risco é colocado num futuro o mais longínquo possível. Mas o futuro acaba sempre por chegar. Esse futuro está agora bem presente. O efeito dominó ainda está longe de ter acabado, mas parece já não se poder fingir mais (a não ser o nosso ministro da economia para quem esta é uma realidade ainda longínqua)
Supomos que para muitos desses administradores, pagos principescamente, com salários auto-consignados, não estarão, agora a ser responsabilizados pelas “óptimas” opções tomadas. A grande responsabilidade do cargo é um dos argumentos utilizados, pelos próprios, como justificação desses mesmos ordenados.
Mas quem vai pagar esta irresponsabilidade? Todos nós. Quer através dos impostos, pois são os Estados que acodem aos “efeitos colaterais” da crise (sobre as instituições e as pessoas afectadas) quer através do aumento do preço do dinheiro, com a subida das taxas de juro. Para não falar do desemprego e da perda de poder económico, pela redução dos salários e/ou aumento da inflação.
O mercado e a política têm de arranjar maneira de responsabilizar quem toma as más decisões. É óbvio que a vida económica e financeira tem sempre riscos, mas o princípio de, a maiores benefícios correspondem maiores responsabilidades, deve ser acautelado. Deverão por isso ser os que lideram esses processos os mais penalizados. E hoje em dia isso não está a acontecer. Quando se verificar, talvez, o “ilusionismo” que é hoje, boa parte do discurso económico, passe a ser mais realista. E a supremacia do "económico" passe a ser relativizada.
O fracasso do “económico” poderá estar para breve. A crise do subprime, conforme ficou conhecida, parece começar por demonstrar, à escala mundial, aquilo que, aqui e ali, ia surgindo um pouco por todo o lado: a ilusão em que assenta boa parte do discurso económico contemporâneo.
A maior parte das instituições económicas, assim como as suas entidades reguladoras são tão, ou mais falíveis, que qualquer outra. Verifica-se que por detrás desse discurso está a necessidade de criar ou manter ilusões, que na maior parte das vezes se transformam em desilusões. Como está a acontecer actualmente.
A visão do curto prazo e a dificuldade de controlar produtos financeiros cada vez mais elaborados colocam os accionistas muito dependentes das administrações das empresas. O desejo, por parte dos accionistas para ganhar dinheiro rápido, coloca aos administradores a responsabilidade de apresentar resultados imediatos. Em muitas destas instituições financeiras o escrutínio das contas é trimestral. Para terem sempre resultados, as administrações, recorrem a estratégias arriscadas mas onde o risco é colocado num futuro o mais longínquo possível. Mas o futuro acaba sempre por chegar. Esse futuro está agora bem presente. O efeito dominó ainda está longe de ter acabado, mas parece já não se poder fingir mais (a não ser o nosso ministro da economia para quem esta é uma realidade ainda longínqua)
Supomos que para muitos desses administradores, pagos principescamente, com salários auto-consignados, não estarão, agora a ser responsabilizados pelas “óptimas” opções tomadas. A grande responsabilidade do cargo é um dos argumentos utilizados, pelos próprios, como justificação desses mesmos ordenados.
Mas quem vai pagar esta irresponsabilidade? Todos nós. Quer através dos impostos, pois são os Estados que acodem aos “efeitos colaterais” da crise (sobre as instituições e as pessoas afectadas) quer através do aumento do preço do dinheiro, com a subida das taxas de juro. Para não falar do desemprego e da perda de poder económico, pela redução dos salários e/ou aumento da inflação.
O mercado e a política têm de arranjar maneira de responsabilizar quem toma as más decisões. É óbvio que a vida económica e financeira tem sempre riscos, mas o princípio de, a maiores benefícios correspondem maiores responsabilidades, deve ser acautelado. Deverão por isso ser os que lideram esses processos os mais penalizados. E hoje em dia isso não está a acontecer. Quando se verificar, talvez, o “ilusionismo” que é hoje, boa parte do discurso económico, passe a ser mais realista. E a supremacia do "económico" passe a ser relativizada.
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