Podemos olhar de muitas maneiras para esta realidade. Mas não deixa de nos levar a pensar que algo de "errado" se passa. Dados de 2006, divulgados recentemente, dizem que os portugueses consomem cada vez mais anti-depressivos e ansiolíticos. Parece que o valor é bem superior à média europeia, que se fica por 1/3 do que consumimos neste tipo de medicamentos.
Relacionou-se estes números com a possível “depressão” dos portugueses. Não sabemos se estaremos mais deprimidos que os outros povos da Europa, mas algo levará a esta diferença.
Não deixa de ser de assinalar ser no Alentejo e região centro, as áreas do país mais envelhecidas, as que maiores percentagens de consumo verificam.
A ausência de qualidade de vida, a falta de perspectivas e as dificuldades sentidas numa vida quotidiana cada vez mais difícil deverão ter algum peso nesta apetência para recorrer de forma tão sistemática a este recurso para aliviar a existência, mas será só?
Antigamente tínhamos o álcool que “resolvia” boa parte das nossas tristezas e incapacidades. Para além de “alimentar” muitos portugueses. Hoje, parece estar o consumo de vinho a descer… E no resto, o que mudou?
A propósito deste facto lembrámo-nos de um artigo de Miguel Esteves Cardoso escrito há muitos anos, numa rubrica do Expresso, “O Problema do Álcool” e no meio de um elogio a Baco e ao seu néctar dizia assim:
Relacionou-se estes números com a possível “depressão” dos portugueses. Não sabemos se estaremos mais deprimidos que os outros povos da Europa, mas algo levará a esta diferença.
Não deixa de ser de assinalar ser no Alentejo e região centro, as áreas do país mais envelhecidas, as que maiores percentagens de consumo verificam.
A ausência de qualidade de vida, a falta de perspectivas e as dificuldades sentidas numa vida quotidiana cada vez mais difícil deverão ter algum peso nesta apetência para recorrer de forma tão sistemática a este recurso para aliviar a existência, mas será só?
Antigamente tínhamos o álcool que “resolvia” boa parte das nossas tristezas e incapacidades. Para além de “alimentar” muitos portugueses. Hoje, parece estar o consumo de vinho a descer… E no resto, o que mudou?
A propósito deste facto lembrámo-nos de um artigo de Miguel Esteves Cardoso escrito há muitos anos, numa rubrica do Expresso, “O Problema do Álcool” e no meio de um elogio a Baco e ao seu néctar dizia assim:
«Os comprimidos são para as matronas inglesas à beira do suicídio e do supermercado. Português é o vinho e todos os seus derivados.»
Isto foi escrito no final dos anos 80. Parece que afinal estamos mesmo diferentes. A taberna parece ter sido substituída pela farmácia. Sendo, aparentemente mais higiénico, que diferenças mais poderemos assinalar? Apesar de algumas mudanças de consumo, as nossas tristezas e incapacidades continuam. Essas, parecem estar para ficar…Mas era sobre elas que deviamos pensar e, acima de tudo, agir.
Isto foi escrito no final dos anos 80. Parece que afinal estamos mesmo diferentes. A taberna parece ter sido substituída pela farmácia. Sendo, aparentemente mais higiénico, que diferenças mais poderemos assinalar? Apesar de algumas mudanças de consumo, as nossas tristezas e incapacidades continuam. Essas, parecem estar para ficar…Mas era sobre elas que deviamos pensar e, acima de tudo, agir.
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