domingo, setembro 27

Conflito de Gerações?


Na Alemanha há uma geração estagiária
Por Maria João Guimarães, Berlim in Público 27.09.09

"Estão entre a geração precária e a geração mil euros. Muitos jovens acabam o curso e passam a fazer estágios não remunerados. É a Generation Praktikum."


Infelizmente não é só na Alemanha. Esta é uma realidade que graça por todo o mundo desenvolvido. A geração Baby boomer está actualmente nos topos de carreira e sem vontade de a abandonar a liderança e se isso acontece, querem ser reformados sem perderem nada do que estavam habituados. Ou seja pretendem manter o mesmo nível salarial. O problema é que se a reforma se der aos 65 e a esperança de vida a caminhar, segundo alguns demógrafos para os 85 anos na europa em 2050, como pagar tudo isto. É que a partir dos 60 muitos "sobrevivem com a Farmácia", aumentando exponencialmente os custos de saúde.


Tudo isto tem de ser pago com um crescimento económico exíguo nos paises mais desenvolvidos. O que é um bem em si, viver mais anos, tornou-se um problema de sustentabilidade dos sistemas. O envelhecimento é, talvez um dos nossos maiores desafios. Mas para manter esta geração satisfeita - com boms empregos e boas reformas, as novas gerações não conseguem "entrar" no mercado de trabalho. Ou quando entram ganham mal e têm condições precárias.


Isto pode, como já antes escrevemos, criar uma situação insustentável. O conflito económico futuro pode não ser de classes mas de gerações. Mas desta vez a geração de 60 (Baby boomer), que se afirmou como uma contra cultura, está do lado errado da barricada.

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