Já escrevemos várias vezes sobre esta possibilidade. Em nossa opinião o próximo conflito social não será um conflito de Classes, como Marx teorizou para o século XIX e XX, mas um conflito geracional. Entre os instalados e os não instalados. Que se marca por uma fractura geracional que no nosso país tem o seu eixo em torno da nossa geração (40 anos).
José Manuel Fernandes escreveu uma brilhante reflexão sobre «Tudo o que espoliámos à “geração sem remuneração”», que vai nesse sentido. Nós já o tínhamos feito e.g. «Geração 25»; «Conflito de gerações».
Os últimos acontecimentos no Magrebe, apesar das diferenças de cultura e contexto, provam que existe um conflito de vagas (como lhe chamaria Toffler) em curso que marca um fosso entre os instalados e os não instalados. Essa fractura vai aparecer cada vez mais exposta.
3 comentários:
Essa tua frase de "instalados e não instalados" lembrou-me o comentário de uma feminista aqui no Brasil, quando lhe perguntaram porque a mulher não conseguia "ocupar mais espaço". Ela respondeu com uma simplicidade desarmante: "para que outro corpo possa ocupar mais espaço é preciso que o primeiro aceite ocupar menos espaço. É uma questão de física básica..."
Tenho cada vez mais dúvidas se isso vai poder acontecer sem uma revolução... temo que Che tenha razão...
Caro David. A tua observação faz sentido. Pessoalmente prefiro reformas a revoluções, porque as últimas provocam demasiado sofrimento e são pouco equitativas. Mas admito que a natureza das coisas descambem para ai. Não sendo esse o melhor caminho do meu ponto de vista...
Paulo. Excelente tema. Ainda no mesmo, sugiro e recomendo a todos leitura do livro " The Fourth Turning" dos sociólogos americanos William Strauss e Neil Howe. É um excelente trabalho sobre os ciclo sociais e a antevisão do momento que actualmente vivemos e que o livro já previa em 1994, com efeitos a partir de 2005...
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