Há muitos anos que frequentamos esta praia. Vai para mais de duas décadas.
Os filhos cresceram aqui. Entretanto, muito já mudou neste areal que vai da
Galé a Armação de Pera (incluí os Salgados). A acessibilidade à praia aumentou e
a capacidade hoteleira e de 2ª habitação também. Atualmente, em Agosto, quase estabelece
um contínuo de pessoas ao longo do areal. Ao longo destes últimos anos também
vêm mudando os hábitos dos banhistas. A praia passou a ser um enorme “areão”,
qual calçadão, como de forma tão ilustrativa referem os Brasileiros aos longos caminhos ao longo da praia.
Cada vez mais
pessoas andam na areia, gerando um fluxo cada vez maior entre os que andam à
beira da água. Muitas vezes superior aos que estão sentados na areia. Andar na praia passou a ser importante para um grande número das pessoas que a frequentam. Este é
um fenómeno novo mas que parece ter vindo para ficar. E não é exclusivo da Galé.
Esta nova realidade assenta numa procura dos indivíduos pelo bem-estar, associada à atividade física
e à saúde mas que se associa a enorme convivialidade gerada entre as pessoas. Tradicionalmente
o convívio do "portuga", mesmo na praia, centrava-se mais em torno do “copo” e da “panela” mas que, gradualmente, tem
vindo a desviar-se para a atividade física, onde o andar, em paralelo com
os desportos de praia e os aquáticos, se têm vindo a afirmar.
A praia representa cada vez mais um dos espaços públicos mais privilegiados
pelos portugueses, durante o Verão. Mas que tende a alargar-se ao resto do ano. Assim a importância da sua urbanidade deverá ser olhada com muita atenção por todos os que gerem e pensam sobre a dimensão socioeconómica
e cultural do território, em Portugal.
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