No México este dia é uma festa nacional. Esta é uma celebração de origem indígena que começa a 1 de Novembro, dia de todos os santos, onde se “reencontram” com as crianças, os “angelitos” como lhes chamam localmente. No dia 2 de Novembro, dia dos mortos ou dos fiéis defuntos, como é consagrado no ritual Católico, a homenagem é aos adultos já falecidos.
É uma das festas mexicanas mais animadas. Segundo dizem, os mortos vêm visitar os seus parentes. A festa tem comida, bolos, música e doces, os preferidos das crianças são as caveirinhas de açúcar. Para além de envolver grande composição de flores nos cemitérios, onde a visita é obrigatória.
Entre nós visitar as campas dos entes queridos já falecidos é uma tradição em desuso, especialmente nos meios urbanos. A morte é cada vez mais invisível. O culto, a importância e a atenção dada aos mortos noutros tempos e noutras civilizações parecem estar fora das preocupações actuais. Arredadas para o interior dos hospitais. A morte deve estar escondida.
Curiosamente, como escreveu Lewis Mumford, “a cidade dos mortos antecede a cidade dos vivos”. Esta é mesmo “precursora, quase o núcleo, de todas as cidades vivas”.
Mas, hoje, na nossa sociedade protegida e envelhecida o “contacto” com os que já partiram é evitado para não ser recordado. Não sabemos se foi ter termos nascido neste dia mas temos sempre a sensação de que quem não respeita a morte não valoriza a vida… Talvez por isso gostaríamos de vir a passar um dia, este dia no México, onde na ritualização entre os dois mundos se celebra a existência.
by Yuri Awanohara © Yuri Awanohara 2008
Sem comentários:
Enviar um comentário