sexta-feira, janeiro 30

Divulgação

Acupunctura Urbana e Reabilitação
– Os pequenos projectos e os grandes planos –

Conversa apresentação do projecto de remodelação do edifício da Rua da Trindade nº 18 da autoria do arquitecto Paulo Serôdio. O projecto, até hoje não construído, dará o mote a uma conversa à volta da relação entre as intervenções arquitectónicas pontuais e os grandes planos de reabilitação. O exemplo da Baixa-Chiado será ainda abordado pelos arquitectos Ricardo Carvalho e Filipe Mónica, que intervieram já na zona, e pelo arquitecto Manuel Salgado, actual Vereador do Pelouro do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa.
1 Fevereiro 16h Acupunctura Urbana e Reabilitação: os pequenos projectos e os grandes planos

entrada livre
Morada Rua da Trindade, nº 18 (ao Largo do Carmo)
Transportes Metro Baixa-Chiado, Eléctrico 28, Autocarros 58 e 790
Contacto
projecto.chao@gmail.com

+ info em:
http://www.projectochao.blogspot.com/ http://www.myspace.com/projectochao/
Chão é um projecto que propõe a ocupação temporária de espaços urbanos devolutos ou em transição, através de actividades concebidas a partir da especificidade de cada local.
Rua da Trindade, 18. Erguido numa pequena parcela do terreno outrora pertencente ao Convento da Trindade, o edifício nº 18 da Rua da Trindade, ao Largo do Carmo, foi ocupado durante o século XX pela "Reparadora Electro-Mecânica D. Moura", pela oficina metalúrgica de "D. Moura, Sucessores, Lda", e, consecutivamente, pelos escritórios e gabinetes de projecto e de desenho das empresas FRINIL (Frio Naval e Industrial) e ENI (Electricidade Naval e Industrial). Em 2001 o edifício foi adquirido pelo arquitecto Paulo Serôdio, que projectou a sua remodelação em habitações. O projecto nunca foi construído e, presentemente, o edifício encontra-se à venda.

terça-feira, janeiro 27

"low cost" em expansão


A McDonald’s prepara-se para abrir mais 1000 novos restaurantes e criar mais 12 mil postos de trabalho. Em contra corrente, esta medida parece vir a confirmar que quanto maior a crise mais o conceito “low cost” se vai expandir. No modo de vida que temos todos necessitamos de continuar a consumir, mas como em termos gerais, teremos menos dinheiro para o fazer o custo do que adquirimos tem de ser mais barato. Não há alternativa.


Por isso os produtos aceitáveis mas onde a participação do consumidor será cada vez mais exigida, para baixar os custos de produção e distribuição (MsDonald’s, IKEA, Zara, etc), vão ter cada vez mais aceitação. Não será de estranhar que mais destas marcas “low cost” venham a crescer nos próximos tempos. Será nessas marcas o maior crescimento do emprego nos meses que se seguem.


Para continuar e manter a democratização do consumo será no "low cost"que a classe média (cada vez mais baixa) irá encontrar a saída para a sua crise. O acesso ao crédito fácil, que iludiu a questão durante os últimos anos, parece ter acabado, resta pois comprar tudo mais baratinho...

Já começou a campanha eleitoral


Hoje, o jornal Público, chama a atenção para o facto de o Primeiro-Ministro (PM) se ter referido, no dia de ontem durante a cerimónia de apresentação de um relatório de Avaliação internacional (Políticas de valorização do primeiro ciclo do ensino básico em Portugal), à ministra da educação sempre no passado. Expressões como: " Quero felicitá-la e dizer que foi um gosto trabalhar consigo"e "valeu a pena resistir, não desistir, enfrentar as dificuldades” foram recorrentes.

Esta forma verbal em tom retrospectivo, no nosso modesto entender, quer dizer que o Governo e o PM já entraram em época de balanço. E das duas uma: ou as eleições vão ser antes do verão (possivelmente com as europeias) ou no caso de não ser possível (por oposição do Presidente da Republica) Sócrates vai preparar uma remodelação profunda no executivo (retirando os ministros mais incómodos) para chegar às eleições de cara lavada e com nova equipa constituída. Tudo irá depender do calendário eleitoral.
Mas o tom e o tempo, esse, é já de prestação de contas. A campanha eleitoral já começou.

sexta-feira, janeiro 23

quarta-feira, janeiro 21

Cidade das Artes e das Ciências - Valência



Ciudad de las Artes y las Ciencias

Bruno Rodrigues

2008

Esta foto de Valência fez-nos lembrar a nossa passagem por esta cidade Espanhola e da qual perdemos as fotografias (acidentes da tecnologia). Apesar de a termos visitado com entusiasmo estar neste espaço deixou-nos alguma inquietude no espírito.

Esta zona da cidade é “produzida” pelo arquitecto engenheiro Santiago Calatrava que é natural da cidade. Apesar de ser um Arquitecto que muito admiramos (em Portugal projectou a Gare do Oriente), esta Cidade das Artes e das Ciências, coloca-nos a questão da cidade como obra de arte: O que é? Será possível ou desejável?

No nosso entender a cidade é a mais bela obra humana por ser a que melhor espelha a sua vivência comum. Encerra, em si, tudo o que é humano. Não como obra de autor. De um autor. Mas como obra colectiva. Para além disso só pode existir no tempo e com tempo. Nenhuma cidade é verdadeiramente contemporânea, se for, está morta. A cidade é a sua própria história feita de homens, instituições e matéria e afirma-se na sua diversidade. Interna e externa.

Como Imagem Cidade das Artes e das Ciências de Valência é muito interessante, mas como vivência quotidiana, será? Conseguirá este pedaço de cidade sobreviver “pura” neste seu ar de parque temático nos próximos anos? Ou a cidade com um todo irá recriá-la tornando-a num devaneio do tempo? O nosso tempo.

Esta vontade de resolver o mundo de uma penada é muito de arquitecto autor e de cidadão consumidor, mas no nosso modesto entender, a cidade como obra de arte não pode ser vista como produto ou obra acabada e pronta a consumir. Ela faz-se do tempo e do espírito humano e isso não se consome. Vive-se experiencia-se. A cidade obra de arte é composta de muita coisa, onde a sua expressão visual é parte apenas. O todo, esse, é muito mais…

terça-feira, janeiro 20

Barack Obama toma hoje posse.

Oboma vai tornar-se hoje Presidente dos EUA. Muita expectativa está criada. Para mudar esta é muito importante. Mas excessiva expectativa pode causar desilusão à mínima contrariedade. Um homem pode fazer alguma diferença, mas ao ser representante ou líder de um país não pode fazer essa diferença sozinho. Terá de contar com o sentir da nação. Esta já demonstrou desejar a mudança vamos ver se está mesmo preparada para ela.

quarta-feira, janeiro 14

A necessidade de Pedras Autênticas...


"Em certo sentido, toda vida, quando narrada, é exem­plar; escrevemos para atacar ou para defender um sistema do mundo, para definir um método que nos é próprio. E não é menos verdade que pela idealização ou pela crítica mordaz a todo custo, pelo detalhe fortemente exagerado ou pruden­temente omitido, desqualificam-se quase todos os biógrafos: o homem construído substitui o homem compreendido. Nunca perder de vista o gráfico de uma vida humana, que não se compõe, digam o que disserem, de uma horizontal e de duas perpendiculares, mas de três linhas sinuosas, prolongadas até o infinito, incessantemente reaproximadas e que divergem sem cessar: o que o homem julgou ser, o que ele quis ser, e o que ele foi.

Façamos o que fizermos, reconstruímos sempre o mo­numento à nossa maneira. Mas já é muito utilizar unicamen­te pedras autênticas.

Todo ser que viveu a aventura humana sou eu."

in Caderno de notas das “Memórias de Adriano”, Marguerite Yourcenar

segunda-feira, janeiro 12

Intimidade


O desenho como forma de intimidade. Desenhar é também uma forma de entender, apreender e mesmo controlar o mundo que nos rodeia. É ao mesmo tempo um acto quase mágico de recriação desse mesmo mundo a partir de uma folha em branco. Neste sentido é uma actividade intima, particular, recatada.

segunda-feira, janeiro 5

Colaboração



Foto Beleza

Brideshead Revisited




Reviver o Passado em Brideshead foi uma série que nos apanhou na adolescência. Mais tarde tivemos a oportunidade de ler o livro que lhe deu origem, de Evelyn Waugh. Foi daquelas Séries que pela sua qualidade, na altura (e já vão mais de vinte anos), nos pareceu à altura do livro.

O Filme realizado agora era, após tão grande sucesso da Série, um acto arriscado. Confessamos a nossa dúvida acerca da sua possibilidade enquanto filme que se conseguisse autonomizar. Consegue. É, em si, uma obra que vai sobreviver.

Está aparentemente mais centrada no drama amoroso, a triangulação amorosa entre Sebastian a sua irmã, Júlia e Charles o amigo. E se não nos falha a memória, existe mesmo uma alteração na história original para apimentar o enredo. Júlia não esteve em Veneza, durante a viagem de Sebastian e Charles na visita a Lord Marchmain, seu pai. Mas é só na aparência que isso acontece.

No filme, como no livro, o conflito passa-se a vários níveis: o familiar, o social, o histórico e também o religioso que perpassa todos os outros, como a argamassa que une e divide, os dramas individuais de cada um. Charles o “artista” como Sebastian sempre o apresentou, representa o homem livre, até de Deus, que tenta ajudar os dois amigos a romper com o peso da família e da religião encarnado na figura da mãe Lady Marchmain: primeiro através de Sebastian e depois de Júlia. Mas o que ele só mais tarde descobre é que apesar do seu descomprometimento também ele tinha ficado preso a Brideshead mais do que julgava… E nem o seu amor por Júlia é suficiente para mudar. Júlia tenta mas Charles quer livrá-la de Deus para a proteger, mas esta é na sua “misericórdia” que encontra aconchego.


Tudo isto se torna mais evidente com o regresso de Lord Marchmain a Brideshead. Pois até ele que fugiu a maior parte da sua vida de tudo que esta casa representava, vivendo em Veneza com a amante, regressa ai para morrer. E o que se trava com ele para aceitar ou não a extrema-unção é o peso da segurança que na morte acaba por vencer. Charles tem dificuldade em aceitar esta realidade, mas acaba por reconhecer a sua principal falta “quis demasiado” e isso é quase impossível de conseguir…
Ironicamente só Sebastian rompe de forma radical com tudo o que herdara, tornando-se auxiliar num hospital de Marrocos.


Um filme sobre os dramas humanos mais profundos, a não perder.

quinta-feira, janeiro 1

Voltar ao Desenho



Paulo Pisco

Castelo de Marvão

2008

O Desenho como forma de registo é sempre o melhor dos recursos para fixar o olhar, o espaço e a forma. O tempo é o seu maior adversário. Mas vencer o tempo e conquistar o espaço é um dos objectivos das viagens, não e?