sexta-feira, março 30

Portugal, um Retrato Social



a série da autoria de António Barreto e realizada por Joana Pontes que começou esta semana é muito interessante. Destacamos, no entanto, este parágrafo, retirado do site da RTP, que sublinha a entrevista dada a Judite de Sousa.




"O atraso económico, social, político e cultural dos portugueses é, há muito, um dos traços do património mental colectivo. Sociedade tradicionalmente muito hierarquizada e centralizada. O essencial da economia e da sociedade dependia do Estado central. Este (monarca ou Administração Pública) raramente conheceu rivais (senhores, príncipes, autarquias, empresas, grupos económicos, instituições) que desafiassem o seu poder. O poder central em Portugal teve sempre muito pouco contrapesos ou moderadores. A Igreja (a mais forte instituição fora do Estado) esteve, na maior parte do tempo moderno (século XVIII para cá), ligada ao Estado: foi um fiel parceiro. Quando assim não foi (em parte Pombal, os Liberais do século XIX, a 1ª República), estava afastada ou dominada pelo Estado. Hierarquias sociais muito rígidas e verticais ligadas a sistemas de patrocinado de Estado (aliança de poderes locais pessoais ou autárquicos ao Estado central)."


in
Portugal, um Retrato Social RTP 1




Apesar das enormes transformações do País, nas últimas décadas, que AB não se cansa de sublinhar, estas características, atrás referidas, continuam. E são, não só a consequência do nosso atraso mas a causa do próprio atraso.

Sempre tivemos, ao olhar para a história de Portugal, a sensação de que a partir das “Descobertas” Portugal começou a gerar três tipos de pessoas:

As “bem instaladas”, que tendo arriscado qualquer coisa faziam fortuna e voltavam dos seus feitos a favor da Coroa (primeiro na Índia, depois no Brasil e em Africa) e ficavam por cá vivendo dos rendimentos. Que na maior parte vezes eram mantidos pelos favores do Estado. Outras, as que se resignavam à sua condição desafortunada ou servil e por cá se arrastavam esperando a protecção dos primeiros. Os poderosos. E os terceiros que não se conformando com a sua condição deixavam o País para nunca mais voltar. Tornando seu o mundo que encontravam lá fora.

Existia uma ideia muito comum acima do Tejo, onde a propriedade sempre foi presente e mais repartida. A de que o primeiro filho homem herdava, o segundo ia para Padre e os restantes ou serviam os primeiros ou iam procurar fortuna para “fora”. Foi assim no “Império” e com a emigração. Durante o século XX, esta última, deu-se primeiro para o Brasil, de seguida para a América, Africa do Sul, Europa, conforme as zonas do País em que o “não instalado” se encontrava.

Os que foram ficando habituaram-se a gerir a pequena miséria, pois o País quase sempre foi pobre. De costas voltadas para a Europa, por antagonismo com o vizinho peninsular, mantivemos quase inalterado este casulo fechado sobre si próprio.

Muito do que temos ou tivemos de bom para oferecer aos outros foi descoberto pelos “Estrangeiros”, onde o vinho do Porto é uma dessas mais antigas marcas. Pouco dinheiro, pouca inovação, pouca visão. Quase nenhuma competição, pelo menos digna desse nome. O que existia era compadrio, cunha, influência ou corrupção. Gerando inveja, cobiça ou resignação. Não vontade de fazer ou vencer. Mas desejo de ocupar o lugar do outro. Não por o merecer, mas por o invejar.

A grande dependência do Estado aumentou e preservou esta situação até hoje. Nem a “Revolução” nem a “Integração Europeia”, conseguiram acabar com ela. Apesar de ser, nesta última que reside a única hipótese de transformação a este nível. Contrariamente a muitos que desconfiam da abertura proporcionada pela Comunidade Europeia, pensamos que só o confronto e a abertura ao exterior nos pode “salvar” desta nossa condição de mediocridade auto sustentada pelo medo de a perder. De arriscar. Por isso tantos de nós estão hoje a rumar para “fora”. E mais uma vez são os “mal instalados”. Mas agora são de dois tipos: os que passam mal e nada têm – os mais desqualificados - e os que acham que merecem mais do que o País tem para lhes oferecer – os mais qualificados.

A transformação, que AB descreveu, só nos parece possível verificando-se, em simultâneo, duas condições: aumentar a concorrência e diminuir o peso do Estado na economia. Tudo o resto será delas consequência.

Até a educação só será mais valorizada pela sociedade quando esta passar a ser efectivamente importante para realizar a distinção no mercado de trabalho. Enquanto o nome de família ou o servilismo forem mais importantes que a capacidade o mérito e a ousadia, será difícil mudar alguma coisa neste aspecto.

quinta-feira, março 29

quarta-feira, março 28

Wild at Heart


Um filme de David Lynch com Nicolas Cage e Laura Dern. Suficiente para não se poder perder hoje no AXN.

sábado, março 24

OTA

Debate sobre o Aeroporto da OTA só por Engenheiros


"Prós e Contras" na RTP1, 26 Março


O programa "Prós e Contras" da RTP 1, do próximo dia 26 de Março, irá discutir o Aeroporto da OTA na perspectiva da Engenharia.



A não perder.



Este é um tema que felizmente ainda vai dar muito que falar. Nas duas últimas semanas este assunto voltou a estar na ordem do dia. Marques Mendes esteve bem ao tornar a OTA um assunto a discutir. O PSD também tem responsabilidades no alimentar desta solução. Este é um assunto que divide os Partidos.


A hora parece ser dos técnicos. Mas como vamos perceber, com mais este debate, também divide os técnicos. Os temas do ordenamento territorial são sempre temas com uma dimensão igualmente técnica e política.


Para se escolher uma opção é necessário saber o que se quer. Ter objectivos claros e transparentes. Depois é deixar a critica actuar. Tendo todos o mesmo acesso à informação disponível, o País pode perceber o que está em causa e escolher. Os principais Partidos devem tentar um consenso sobre o assunto. Apesar deste não ser uma questão para controversias estéreis, existe a tentação de para se ser do contra arranjar uma alternativa à força. Esse não deve ser o caminho.


Vamos estudar. Vamos ouvir...

Lucian Freud


Lucian Freud

Reflection with Two Children (Self Portrait),

1965

quarta-feira, março 21

Chegaram

Hoje de manhã ouvimos. Lá estavam elas de regresso.
Todos os anos chegam com a certeza do bom tempo. Há mais de sete anos que temos um casal, na nossa janela. É a melhor forma de "ter" um animal. Estando livres, nós e eles. Coabitando, criando a família até ao próximo Inverno voltar.

terça-feira, março 20

As Origens da Arte



“Mais Humano que o Humano”

É o titulo deste primeiro programa. Começa com o problema da representação do corpo. Porque nos temos representado sempre de forma tão pouco “realista”? Havia que começar por uma das mais antigas representações humanas, a Vénus de Willendorf. Provinda de uma sociedade nómada, onde a fertilidade e a abundância de alimento, eram o centro da existência humana, representavam o que era a sua visão de uma mulher. Passando depois para a arte Egípcia, sedentária e agrária onde a ordem inalterada e cíclica se deveria manter. Sem qualquer alteração aos códigos existentes. De seguida a arte Grega, iniciada por aproximação à Egípcia rapidamente pretendeu chegar a um modelo “realística”. Mas a vontade de “exagerar” latente no ser humano criador, rapidamente impele os artistas para novas representações… sempre mais humanas que o próprio homem. Continuando até à contemporaneidade.

Muito interessante, a não perder durante toda semana.



As Origens Da Arte

Sinopse: Uma série documental em cinco episódios que nos leva numa viagem extraordinária através dos cinco continentes e ao longo de 100.000 anos e que nos conta a história como a arte antiga abriu o caminho para aquilo que é o nosso mundo actual. Acompanhando tudo desde pinturas rupestres até à cerâmica, desde as pirâmides até aos palácios, ícones a artefactos, esta excelente série revela a maneira como os humanos sempre fizeram arte.

Próximas Sessões:

21-03-2007 0:30:00
22-03-2007 0:30:00
23-03-2007 0:30:00
24-03-2007 1:00:00

segunda-feira, março 19

A Ronda da Noite

Iniciamos aqui uma homenagem a esta grande escritora portuguesa com o seu último livro publicado com o titulo "emprestado" a Rembrandt. A sua escrita com acutilância e sabedoria incomparável merece visibilidade. Citaremos alguns dos seus excertos.


"Os homens têm uma preparação inata para a agressão como exercício de autodefesa. Se esta lhes é limitada, aparece a violência como frustração. As agressões sob todas as formas: violação, espancamento, abuso sexual, invadem o campo social quando se exerce a autoridade sobre a forma como ser feliz. As pessoas não pretendem ser felizes mas ser criadoras, o que mais se refere ao homem que à mulher."

Agustina Bessa-Luís

in "A Ronda da Noite", Guimarães Editores, Lda, Lisboa, 2006, pp.88

Santana não resiste...





vai continuar a andar por ai...

domingo, março 18

Cavaco/Sócrates


Quem pensou que eram duas faces da mesma moeda, percebeu esta semana que estava enganado.
Cavaco elogiou o “espírito reformista” do Governo. Não mais do que isso. E elogiando, sabemos, ganhou autoridade para poder “fazer os seus reparos”. O Presidente falou das suas dúvidas face aos grandes projectos de infraestrutura, previstos pelo Governo, logo na campanha presidencial. E o Professor sabe, de experiência feita, que não é só com novas comunicações e transportes que se muda um País. Antes pelo contrario.

Esperam-se novos acontecimentos…

segunda-feira, março 12

Viver as Cidades



A 14 de Março Teresa Andersen fala na quarta conferência «Viver as Cidades», sobre «Valorização Ambiental».

Um ciclo paralelo a uma exposição sobre o Programa Polis, no Pavilhão de Portugal, em Lisboa.


Nunes da Silva (21 de Março) - «Mobilidade»;

Ana Tostões (28 de Março) - «História da Cidade»;

Jorge Gaspar (4 de Abril)- «Cultura das Cidades, Cultura de Cidadania»;

eJoão Ferrão (11 de Abril) - «Polis XXI»;


são os oradores das conferências restantes. A exposição pode ser visitada até 18 de Abril.



Informações: http://polis.dimensaoglobal.com/

Gabinete Coordenador do programa Polis, Rua de «O Século», nº53 – 3ºTel. 213 231 591 /213 231 598

Almas Gémeas




Hoje no Público

“Santana Lopes insinua fundação de novo partido”

«No entanto, o social-democrata sublinhou que "o centro-direita não vai ficar como está actualmente", o que poderá passar pela criação de "novas organizações" ou "outra força eleitoral". Quanto aos nomes que darão voz a essa nova força, Santana Lopes diz que "existirão vários rostos". Em relação a si próprio, o antigo primeiro-ministro diz sentir-se bem no PSD e que tenciona manter o seu afastamento relativo da vida política activa, mas que não pretende alhear-se "dos debates que seja necessário travar". "Depois dos próximos combates, não sei se as diferenças não serão inultrapassáveis, não sei se para mim se para os outros", disse.»


«O presidente do PND, Manuel Monteiro, também antecipa mudanças na direita. "Não é possível a direita entender-se sem se dividir o que tem de se dividir", disse o ex-líder do CDS-PP. No seu antigo partido, Manuel Monteiro diz assistir a "lutas intestinas de projectos de poder pessoal", referindo-se a Paulo Portas.»

Notáveis estas capacidades de análise. Verdadeiras almas gémeas.

Manuel Monteiro tentou ganhar o CDS/PP a Paulo Portas e não conseguiu. Por altruísmo resolveu fundar um novo partido.

Santana Lopes de cada vez que não está muito bem com o seu PPD/PSD, sugere a possibilidade de poder vir a existir uma nova formação politica. Já se falou no passado de um novo partido: PSL, Partido Social Liberal ou Pedro Santana Lopes, para os amigos.

Sugerimos, com humildade, que tendo estas duas ilustres personagens chegado a tão comuns afinidades lancem um partido. Até propomos nome Partido Exclusivamente Pessoal, PEP. O problema depois será saber quem é o líder desta nova formação? Difícil, não?

Nos próximos tempos a tendência parece apontar para dois extremos: Um, os pequenos partidos, que se transformam em partidos uni pessoais e outro, os grandes que se transformam em verdadeiro “albergue espanhol” onde todos buscam “encosto” quando estão no governo e os largam quando não estão.

Cidades 10


Henri Cartier-Bresson

Atenas

Grécia 1953

sábado, março 10

A VIDA ÍNTIMA DE UMA OBRA PRIMA




Georges Seurat

Un dimanche après-midi à l'Ile de la Grande Jatte

1884-86




é um programa/documentário em torno de um quadro. Dá-nos uma perspectiva completa da obra, do autor e da sua época. Debruçando-se bastante sobre as questões técnicas e estéticas da pintura para além da questão do tema, normalmente mais abordado, neste tipo de documentário "artístico".

O que estamos a ver é sobre Seurat e em torno da sua tela “Un dimanche après-midi à l'Ile de la Grande Jatte” onde a sua técnica “inovadora” o «Pontilhismo» é dissecado de forma muito interessante. Não só na sua dimensão pictórica mas também na cientifica, abordando a teoria da cor. Para além de mostrar o quanto o artista, apesar de inovador é tributário da cultura artística que o antecedeu. Neste quadro, o documentário estabelece um paralelo entre as sua figuras estáticas e a arte Egípcia, que fortemente o influenciaram e, neste quadro “domingueiro”, serviam para acentuar os códigos representativos que pretendia tornar evidentes nesta representação social de bem-estar.

A não perder. Muito bom para todos os amantes da Arte com A maiúsculo.

Sexta-feira na 2, pelas 23.30h.

segunda-feira, março 5

Pianíssimo




O maestro Vitorino de Almeida volta ao grande ecrã com “Pianíssimo”. Apesar de continuar a ser um “banho” de cultura musical ouvi-lo e de ter um conjunto de cenários espantosos – no programa de hoje Vianenses - volta a repetir alguns dos “tiques” da sua ultima aparição televisiva.

Continua com a necessidade de trazer um “grilo falante” atrás de si. Antes foi Barbara Guimarães, lembram-se, agora Vera Morais. Sempre manifestando o seu bom gosto, mas tornando o papel destas, um pouco “infantil”, no mínimo. E desta vez pretende “distrair” a populaça com dois novos ingredientes: entre os seus profundos monólogos, entra um casal, um pouco “absurdo” – uma velhota e Carlos Mendes – estabelecendo um dialogo “non sense” em torno do tema. E uma (mais uma vez bela...) pianista austríaca que interpreta os temas. Que, apesar de tudo, nos parece o mais conseguido.

No entanto, o senhor continua a ser um grande comunicador. Mas ele basta. Não são necessário artifícios. A ver.


"Sinopse: Uma série escrita, apresentada, interpretada e realizada pelo próprio maestro António Victorino de Almeida que conta a história do piano através dos tempos.Cada episódio inclui duetos musicais. Ao piano, o maestro "dialoga" com a flautista Vera Morais. Conta ainda com a prestação de uma das mais prestigiadas pianistas do mundo, a austríaca Ingeborg Baldaszti e o músico Carlos Mendes"

domingo, março 4

Setúbal, que Património?

«'À Descoberta do Património da Nossa Cidade' é o tema de uma conferência que Fernando António Baptista Pereira proferiu no dia 3, às 15h00, no Museu do Trabalho Michel Giacometti.

A iniciativa, com entrada livre, está inserida nas 14.as Gincanas Culturais, projecto desenvolvido pelo Museu de Setúbal/Convento de Jesus




Estivemos nesta iniciativa, o que constitui sempre uma aprendizagem em torno do património da região de Setúbal.

Fernando António Baptista Pereira, há 25 anos em Setúbal, como responsável do Museu de Setúbal, conhece alguns dos aspectos da nossa cultura e património como ninguém. No entanto, apesar de se ter realizado num belo espaço, o configuração da conferência não tinha espaço para muito mais de 20 pessoas sentadas. E era este o número das que lá estavam. Estas iniciativas mereciam outra dimensão. Outra escala.

Sobre a temática em si, FABP, colocou em destaque o "património construído", apesar de ter referido a importância do “natural”, na nossa região. Quanto há necessidade de criar “emblemas” ou “marcas”, como lhe chamou, a partir do nosso património foi muito interessante e sugestivo. O que nos continua a meter alguma confusão é a ausência de “quantificação” nas propostas apresentadas. Ou seja, apesar de se viver na completa falta de recursos na cultura, os seus agentes continuam a ter o discurso do “tudo é possível”. Deixa-nos alguma perplexidade!?…


No Museu Michel Giacometti vimos pela primeira vez montada a "Mercearia Liberdade", como memória das antigas mercearias que vendiam tudo. Eram autênticos supermercados da época. Apesar da emoção nostálgica ao ver um espaço destes “musealizado” pensamos estar pouco "densificado" de produtos e objectos como seria de facto no original. Para além de faltar o cheiro. Essa magnifica essência que só existe enquanto existe “vida” a sério nos lugares… Mas essa já será difícil "musealizar".





sexta-feira, março 2

Paulo Portas


Cheio de si, como sempre, Paulo Portas na sua nova aparição, trás de novo o que sempre quis: Ser o Lider do espaço centro/direita em Portugal. De preferência acabando com o PSD. Ou, pelo menos reduzindo-o à dimensão desejável para Portas. A dimensão do actual do CDS/PP.
Para isso PP pretende ser mais "centro". É isso que quer dizer com partido do século XXI. Tudo aquilo que apontou, neste seu estilo acima da "carne seca" que encarnou (quando estalará o verniz?), são temas pouco inovadores, e quase todos lugares comuns do "politicamente correcto". «Aquecimento global»...«cultura»!???
No entanto, ele mexe-se, tem carisma e muita perserverança e pode ter a capacidade de unir o partido em torno de si. Nos tempos que correm isso pode ser um perigo. Ainda mais quando Sócrates, está fazer o que o PSD tradicionalmente fez: Reformar o Estado e a sociedade. E quando o PSD, actual, tem tido dificuldades em se assumir como herdeiro desse percurso reformista. Tropeçando, constantemente, no tradicional choradinho do protecionismo dos "ameaçados" pela mudança. Quando esses ameaçados têm partidos que, tradicionalmente, os acolhem na sua falta de futuro. O espaço tradicional do PSD pode estar ameaçado à direita e à esquerda. E a sua fuga para o discurso "reinvindicativo" e "proteccionista" pode ser tentadora, mas catastrófica para o futuro próximo.
Pode o PSD estar em perigo? Não cremos, mas pode ficar em (ainda maiores) dificuldades nos próximos anos. Fruto do seu passado recente e de alguma falta de consistência presente.

Rasgo 2


Cáceres

Dezembro 2006