Já vimos o filme.Woody Allen continua igual a si próprio. Os seus filmes são quase sempre bons. Este não é excepção. A história é muito bem construída, o texto sempre vivo e muito cadenciado (sem quebras) a realização e a fotografia irrepreensíveis. Os actores são extraordinários. Tudo isto não faz um filme brilhante mas torna-o muito bom. Para nós esta incursão de Woddy à Europa tem sido muito interessante pois, tal como nós, este realizador é um amante das cidades e actualmente os seus filmes têm sido uma homenagem a belas cidades. Assim como a belas mulheres.
Para Allen trabalhar deve ser só quase prazer. Poder escolher quase tudo (cenário, guião, actores) é um luxo. Poder escolher extraordinárias actrizes como Scarlett Johansson e Penélope Cruz é o luxo absoluto.
O tema de fundo dos filmes é quase sempre o mesmo. Assenta na dificuldade de conciliar as expectativas (ou preconceitos) que cada um tem relativamente ao amor, ou mesmo às relações humanas em geral, e o que de facto se sente quando essas expectativas, aparentemente, se concretizam. Nunca deixando os envolvidos satisfeitos. Woody mostra ser um céptico sobre a possibilidade de comunicação efectiva entre quem se ama, deixando sempre nos seus filmes a marca dessa impossibilidade. O Amor para Woody não cresce, não se desenvolve, não se transforma, apenas produz desencontros para de seguida se degradar. Sem mais. Não há esperança nem redenção. Existem apenas experiências, umas mais interessantes que outras, mas só.
Neste sentido Allen é muito contemporâneo. Amar é apenas mais uma experiência, quando acaba vem outra num eterno retorno. Apesar de acharmos este tema bem tratado e humorado (a melhor forma de sobreviver é rir de nós próprios) ao nunca apresentar alternativas, na nossa humilde opinião, a Arte deste realizador fica mais limitada. E não fosse o seu enorme talento podia mesmo aborrecer.
A não perder, mesmo assim…
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