Hoje no Público:
«O barril explodiu porque tinha que explodir. A morte do jovem Andreas Grigoropoulos, de 15 anos, baleado pela polícia no passado sábado num bairro boémio de Atenas, serviu de detonador mas não explica tudo.(…)
(…) temos 25 anos, terminámos os estudos, não temos dinheiro e só nos resta partir para o estrangeiro", afirmou Anastassia Kotzamani, uma recém-licenciada em Sociologia de 25 anos citada pela AFP. Porque "há toda uma geração que vê os seus pais endividados até aos dentes e que sente que o futuro não lhes vai trazer nada de bom", explicou ao Guardian Christos Mazanitis, um jornalista de Atenas. "Estes motins são sobre o medo e o desespero."(…)
Na lista de causas para esta "revolução", à qual o Governo conservador poderá não sobreviver, está também a corrupção no sector público, a falta de investimento em sectores chave como a educação ou a saúde, a degradação dos subúrbios e o autismo de um poder (…)»
(…) temos 25 anos, terminámos os estudos, não temos dinheiro e só nos resta partir para o estrangeiro", afirmou Anastassia Kotzamani, uma recém-licenciada em Sociologia de 25 anos citada pela AFP. Porque "há toda uma geração que vê os seus pais endividados até aos dentes e que sente que o futuro não lhes vai trazer nada de bom", explicou ao Guardian Christos Mazanitis, um jornalista de Atenas. "Estes motins são sobre o medo e o desespero."(…)
Na lista de causas para esta "revolução", à qual o Governo conservador poderá não sobreviver, está também a corrupção no sector público, a falta de investimento em sectores chave como a educação ou a saúde, a degradação dos subúrbios e o autismo de um poder (…)»
A falta de perspectivas, a falta de justiça, a mentira e a angústia podem ser um barril de pólvora. Especialmente entre os mais novos. Que aparentemente não têm nada a perder.
Já aqui escrevemos que uma das tensões crescentes na Europa, fruto da conjugação do esgotamento do modelo social europeu com a tendência estrutural do envelhecimento da população, será o conflito geracional. A tradicional luta de classes pode transformar-se numa luta de gerações. Os mais velhos não querem perder o que já têm, os mais novos querem poder ter uma vida decente. Resolver isto é quase a quadratura do círculo.
Mas as novas gerações são o futuro e este merece uma oportunidade. É bom acompanhar esta realidade de perto, porque entre nós e a Grécia há mais pontos em comum do que se possa pensar...
Mas as novas gerações são o futuro e este merece uma oportunidade. É bom acompanhar esta realidade de perto, porque entre nós e a Grécia há mais pontos em comum do que se possa pensar...
1 comentário:
E "viva" a União Europeia! Não é?
Acho que esta situação grega faz cair por terra um dos maiores argumentos dos europeistas, onde se afirma que se não fosse a UE estariamos bem pior.
Afinal pior por pior...já nem sei onde? Ao menos que reste a soberania!!!
Rui Silva
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