terça-feira, setembro 27

A natalidade e a competitividade territorial

O decréscimo acentuado da natalidade em Portugal é desde a década de 60 uma constante, tendo sido “camuflado” com o regresso massivo das ex-colónias no pós 25 de Abril. Este aspecto é, em nosso entender, um dos sintomas que revelam a decadência de uma sociedade. Neste caso a nossa. Apesar da melhoria do nível de vida nas últimas décadas este indicador não tem traduzido essa melhoria. Ou seja, apesar de viverem melhor os portugueses não aumentaram a sua prole. Pelo contrário continua a diminuir.

Ter filhos é cada vez mais, nesta sociedade consumista e voltada para o prazer imediato, encarado como um acréscimo de despesa e de “chatices”. Para além do factor individual, que não interessa para já reflectir, é cada vez mais necessário perceber o que leva a sociedade a pensar assim. Quem tem filhos sabe quão dificultada tem a sua tarefa na sociedade actual.

Este é um assunto que valia a pena discutir. É necessária uma politica voltada para a família assim como a revalorização social do seu papel. Este tema, é um dos temas que gostaríamos de ver debatido nas autárquicas porque, apesar de ser um problema de contornos nacionais, é no plano local que se decidem os aspectos mais directamente a ele ligados. A competitividade territorial está a passar cada vez mais por aqui. Logo a competitividade das cidades.

No futuro – e já no presente, veja-se o caso do Alentejo e das zonas fronteiriças – a fixação de população é essencial para o desenvolvimento local e regional. As condições de vida oferecidas por cada cidade/região são fundamentais para a fixação de população. E não pensem que é só um problema de “interioridade” porque dentro das áreas metropolitanas as condições de fixação de famílias jovens é, a par do emprego e do preço da habitação, um dos factores de maior peso nesta competição territorial.

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