quarta-feira, setembro 21

O direito à diferença

Muitas vezes nos perguntamos se o direito à diferença terá sempre de conduzir a uma obsessiva procura da igualdade. O que começa por a luta pelo reconhecimento da diferença torna-se numa mimética e descabida procura de igualar o inigualável.

Vem isto a propósito de uma petição da ILGA para colocar na agenda politica o “casamento de pessoas do mesmo sexo” pretendendo que este tema seja discutido no parlamento.

Para além da escassa urgência deste tema perante o enorme número de questões na situação político-económica é um tema sem sentido.

O casamento tem uma história bem conhecida. Está intimamente relacionada com a estabilidade social da espécie, onde se contratualizou a relação entre dois seres de sexos diferentes para garantir a segurança dos próprios e da sua descendência. Para não falarmos dos fundamentos religiosos ou espirituais. De uma forma simplificada e rápida estas foram as razões perenes para a existência do casamento.

A união entre pessoas do mesmo sexo tem apenas a ver com a primeira das razões. Falta-lhe a segunda. Por enquanto a procriação ainda está dependente dos dois sexos, masculino e feminino mesmo que artificialmente concebido, todos nascemos com pai e mãe. Por esta razão chamar o mesmo nome a duas realidades diferentes com fundamentos diferentes não tem qualquer sentido.

As uniões de facto já são uma garantia para assegurar os direitos e a segurança legal perante o património (material e outro) entre pessoas do mesmo sexo. O reconhecimento da diferença não tem de tornar tudo igual.

P.s – queremos aqui deixar claro que nada temos contra as diversas formas de amor e união, apenas contra a igualização do que é diferente, porque não é tudo igual as diferenças devem ser devidamente assumidas.

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