sábado, dezembro 31
Passagem de Ano em Toledo
Passar o ano é sempre uma data, para nós relevante.
Poder estar numa bela cidade, com quem mais se ama, é o que de melhor se pode desejar. Bom ano.
De Toledo, boas entradas para todos...
segunda-feira, dezembro 5
Bonecas Russas
quarta-feira, novembro 23
Temos Mestre
Universidade Técnica de Lisboa no
Prova de Mestrado em Urbanística e Gestão do Território do
Candidato: Paulo Jorge da Silva Pisco com o
Título da Dissertação:
na Data: 23 de Novembro de 2005 (4ª Feira)
pelas 10h00 horas com a
Orientadora Científica: Profª. Ana Tostões
Co-orientador Científico: Prof. Jorge Silva
Local: Anfiteatro PA-3 (Edifício de Pós-Graduação)
Av. Rovisco Pais
1049 - 001 Lisboa
passei mais uma bela experiência na minha vida académica.
terça-feira, novembro 15
quinta-feira, novembro 10
Como dizer o silêncio?
Se em folhagem de poema
me catais anacolutos
é vossa a fraude. A gema
não desce a sons prostitutos.
O saltério, diletante,
fere a Musa com um jasmim?
Só daí para diante
da busca estará o fim.
Aberta a porta selada,
sou pensada já não penso.
Se a Musa fica calada
como dizer o silêncio?
Atirar pérola a porco?
Não me queimo na parábola.
Em mãos que brincam com o fogo
é que eu não ponho a espada.
Dos confins, o peristilo
calo com pontas de fogo,
e desse casto sigilo
versos são só desafogo.
E também para que me lembrem
deixo-os no mercado negro,
que neles glórias se vendem
e eu não sou só desapego.
Raiz de Deus entre os dentes,
aí, pára a transmissão.
Ultra-sons dessas nascentes
só aves entenderão.
terça-feira, novembro 8
Culpa porquê?
Muitas teorias se argumentam sobre este tipo de fenómenos. Começam por ser “desculpabilizantes” em relação a quem pratica estes actos criminosos. Sim, porque a ofensa à propriedade é sempre um crime (e não só quando é a nossa). Mas, rapidamente - mesmo no meio “intelectual” e comunicacional dominante - este sentimento se irá transformar em revolta contra quem agride.
Existe infelizmente entre “nós” (ocidentais essencialmente europeus e norte americanos) uma ideia de culpa, ou de má consciência, porque vivemos – materialmente – melhor que os “outros”. Sejam eles os que vivem desgraçadamente nos seus países, sejam os que vivem pior do que nós, nos nossos próprios países.
O problema do “estrangeiro” sempre existiu ao longo da história. E sempre foi tratado com algum cuidado. O que não existia era a dúvida e a culpa, por parte de quem acolhia esses “estrangeiros”.
A nossa falta de valores dominantes, actualmente, não nos permite agir com a firmeza necessária, porque duvidamos deles e sentimos remorsos quando algo não corre de forma tão “correcta” como desejávamos. E deixamos, pela culpa, arrastar situações que deviam ter resposta firme.
Até quando? Quando o sentimento de revolta se generalizar, entre os “nacionais” contra os “estrangeiros”. Ai vamos ver destruída o “falso verniz” que tem coberto ou iludido, boa parte da nossa cultura dominante.
A ambiguidade no tratamento do estrangeiro tem trazido mais malefícios que benefícios. Uma posição mais clara, mesmo que mais exigente geraria menos confusão acerca do seu papel na nossa sociedade. Fingir que somos iguais, sem o ser, trás muito mais problemas. Eles estão à vista.
A culpa não é boa conselheira. Temos que saber o que defendemos e agir com clareza. Teremos sempre que escolher o mal menor. E teremos sempre dissabores, mesmo escolhendo o que é melhor para nós.
P.s.- Sempre suspeitamos que se o 11 de Setembro tivesse sido em Paris, teria existido uma reacção “sanguínea” em relação às comunidades muçulmanas em França.
sábado, novembro 5
quinta-feira, novembro 3
Boas notícias
Educação Sexual na Escola
“Além da revitalização dos currículos, propõe-se que as escolas e agrupamentos escolares aproveitem as áreas não disciplinares, como Área de Projecto e Estudo Acompanhado, para também abordarem a questão da educação para a saúde.”
In Público on-line -3/11/05
Nota positiva para a recomendação desta comissão de não criar uma nova disciplina para leccionar Educação Sexual (ES) nas escolas. Aproveitar melhor as disciplinas que já existem para promoverem a ES e a “educação para a saúde” é puro bom senso.
quarta-feira, novembro 2
terça-feira, novembro 1
250 Anos depois
Vontade de antever o futuro?
Mas afinal o que alimenta a História senão esse inexplicável desejo de compreender... o futuro.
sábado, outubro 29
Temporal em Setúbal
O Vitória de Setúbal está a tentar encontrar uma solução para a sua difícil situação financeira. Esta deriva de uma divida que não tem garantias de ser paga, porque a “garantia de pagamento está posta em causa.
A mudança de estádio para o Vale da Rosa devia estar a acontecer agora mas, como diz o ditado, “o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita”. A “utilidade pública” do Plano de Pormenor do Vale da Rosa, dado à pressa eleitoral de 2001, não parece conseguir fazer aprovar o dito “Plano” em Conselho de Ministros.
O que vai fazendo agravar a divida dia a dia, porque o rendimento esperado com a renda do espaço comercial a localizar no actual Estádio do Bonfim, com a mudança para o novo estádio no Vale da Rosa, nunca mais chega.
Interessante é o facto do actual Primeiro Ministro ter sido cúmplice, enquanto Ministro do Ambiente, desta “embrulhada” e actualmente não se dar ao trabalho de a desembrulhar, aprovando o Plano, pois é apenas do Conselho de Ministros que depende a sua aprovação final.
O silêncio da actual Governadora Civil de Setúbal, Arquitecta Teresa Almeida – em 2001 vereadora do Urbanismo na Câmara Municipal de Setúbal – não deixa de ser revelador de que esta embrulhada, parece não ter (bom) fim à vista.
Com esta situação e apesar de sermos críticos em relação a todo este processo – falaremos dele um dia destes – não deixa de ser lamentável ver o VFC nesta situação. Mais um símbolo da cidade arrastado neste temporal.
Com o temporal também fechou, ainda que provisoriamente, uma escola que se tornou definitivamente provisória. A Escola Ana de Castro Osório, na Bela Vista. A sua falta de condições é tão gritante que só vendo. Mas infelizmente a educação dos sem educação parece ficar apenas nas intenções. E no subsídio dado às famílias. E nas instituições que por lá vão ganhando a vida, sem mudar a vida dos que por lá vivem.
Apostar num ensino de qualidade, para além do desmantelamento do “gueto” em que se transformou aquela zona, parecem-nos ser as únicas verdadeiras apostas num futuro diferente para aquelas populações. Mas aquela escola continua a cair, e com ela a esperança numa mudança positiva de vida, por parte dos que a frequentam.
O temporal parece estar a evidenciar alguns aspectos que têm que mudar em Setúbal. Será ele um sinal de boa mudança ou ficará apenas por mais um lamento na boca das suas gentes?
quinta-feira, outubro 27
quarta-feira, outubro 26
Pobres ex-combatentes ou apenas pobres?
Esta "reforma" criada por Paulo Portas, ainda no governo de Durão Barroso, como uma forma de dignificar estes servos da pátria que não tinham sido justamente tratados por terem estado do lado errado da história. Era a visão dos pobres ex-combatentes. Discutivel mas compreensível.
Estar em desacordo com esta medida ou achar que este dinheiro faz falta para outras prioridades é defensável e até poderá ter apoiantes. Agora prolongar esta dificuldade “orçamental” diminuindo-a e dando-lhe um carácter de rendimento complementar aos ex-combatentes pobres é uma típica resposta socialista. Do tipo “nós somos porreiros mas como não temos dinheiro vamos só ajudar os que mais precisam”. Discutivel e incompreensível.
Então mas esta medida não era uma forma de compensar quem deu o “corpo” aquela causa, honrando a Pátria, com este gesto, o papel que tiveram? Se assim era ou há para todos ou não há para nenhum. Em caso de serviços à Pátria não existem pobres nem ricos. Existem homens ou mulheres que o fizeram.
Ao tornar esta questão num “rendimento mínimo” aos ex-combatentes o governo não resolve nenhum problema e acaba por criar dois:
Primeiro desvirtua o carácter da medida criando uma situação injusta para os que não recebem.
Em segundo vai tornar esta descriminação positiva por serviços prestados, em mais um subsídio complementar de reforma aos pobres que estiveram na “guerra do ultramar” a que dificilmente se conseguirá por cobro.
terça-feira, outubro 25
domingo, outubro 23
Quem o poderá fazer?
È, no entanto, sobre a nossa situação presente que este coloca diversas questões com grande pertinência:
Primeiro coloca como relevante para o nosso futuro próximo esta eleição onde “a verdade é que a sua importância depende exclusivamente do futuro eleito.”Ou seja daquilo que verdadeiramente o próximo presidente vier a fazer.
Segundo que o país necessita de “ver introduzidos na vida pública dois princípios: o da autoridade e o da honestidade”. Se não for de forma livre e democrática, será mais tarde ainda que de outra forma. O próximo presidente pode para isso contribuir.
Terceiro o actual figurino constitucional permite conseguir mudar considerando AB que “discussão sobre os poderes do Presidente continua. Conformada, quase toda a gente aceita que aquele nada pode fazer. É mentira. Se for livre e quiser, o Presidente tem meios ao seu alcance.” Descrevendo de seguida a enorme quantidade de mecanismos disponíveis. Porque nos parece que a discussão da mudança dos poderes só servirá para nada se fazer, julgamos útil não a introduzir no debate, até porque ela só vai servir para tentar “entalar” o candidato melhor colocado.
Sobre tudo isto não podíamos estar mais de acordo. O que faltou dizer foi, quem o poderá fazer? Qual dos candidatos estará disponível para o fazer, face às condições politicas actuais?
Rankings escolares 2
No entanto parece que continuam a existir alguns perigos onde menos se esperavam. Ver aqui o debate em torno desta questão que ,esparamos, não volte para trás.
quinta-feira, outubro 20
Cavaco Silva
quarta-feira, outubro 19
Daciano Costa
Faleceu hoje o "pai" do Design português, como era chamado. Para além do Design não deixou de ser um artista total. Homem próprio do Renascimento. Da sua própria figura ao discurso era um verdadeiro renascentista.
terça-feira, outubro 18
Cidade 1
Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes, e não vejo
Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.
Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.
Sophia de Mello Breyner Andresen
segunda-feira, outubro 17
sábado, outubro 15
Aqui se vê a força do PC!!!!???
O "modelo social europeu" a que se habituou está ameaçado. A vontade de o conservar é muito superior à necessidade e inevitabilidade de o mudar. Guterres sabia disso em 2001 quando se foi embora e Barroso também após as europeias de 2004. Os resultados eleitorais foram um obvio aviso que as medidas difíceis tinham que esperar por melhores dias. Por esta razãoa eleição autárquica a que acabamos de assitir tem, inevitavelmente, uma leitura nacional.
O PCP/CDU foi um dos vencedores desta eleição. Como refere VPV:
A cidade de Setúbal, o exemplo que conhecemos melhor do ponto de vista eleitoral, é para esta análise um observatório previligiado. O PSD foi a segunda força mais votada (pela primeira vez) pelo efeito “Fernando Negrão”, logo a seguir ao PCP. Mas o voto útil do eleitorado tradicional do PS não veio inteiro para o PSD dividiu-se entre este e o PC.
Apesar de sabermos que a Presidência tem sempre um efeito "polarizador" no eleitorado local, o resultado da CDU, perdendo a maioria absoluta, não deixa de ser surpreendente (40%). E podemos garantir que não foi pela "obra" realizada.
Numa cidade com a história de Setúbal, mesmo não gostando do PCP, uma parte do eleitorado do PS prefere o voto "seguro" no Partido Comunista. Sim porque estes, já não sendo perigosos, se tornam na única força que não desilude. Tornando-se, assim e cada vez mais, o único porto seguro.
Voltará o PC a sair da hibernação a que tem estado sujeito? Parece não haver dúvidas que sim.E assim se confirma a velha teoria que o comunismo se "alimenta" da miséria, pois é nela que se torna mais forte. Assim se vê ...
sexta-feira, outubro 14
quarta-feira, outubro 12
Os EduKadores
Este segundo filme de Hans Weingartner tem final feliz. Se ainda se acreditar que a felicidade pode ser construída com base em equívocos. Os jovens protagonistas deste filme continuam a acreditar que ao atacar a riqueza e os “ricos” podem contribuir para a diminuição do número pobres.
Este é um equívoco da análise Marxista sobre a realidade que ainda hoje determina muitas das concepções sobre a política e a economia. Como podemos comprovar à saciedade nos países do “leste” europeu, acabar com os ricos só ajudou a criar ainda mais pobres. Todos iguais mas, indiscutivelmente, mais pobres. Ficando apenas a “nomenclatura” partidária com o ónus da desigualdade. Mas esta realidade já todos conhecemos.
Os EduKadores ainda pensam que podem mudar o mundo desta maneira e resolvem “assustar”os ricos alemães mudando-lhes a mobília da casa e deixando frases enigmáticas apelando à sua má consciência “pequeno burguesa”. De uma destas aventuras resulta a necessidade de raptarem o proprietário da casa, um ex-revolucionário de 68 que resolveu fazer pela vida.
No confronto entre as duas gerações o filme trata o tema sem falsos moralismos e sem excessos. Neste aspecto não temos o típico filme “panfletário”. Mas quem tem hoje coragem de o fazer? Nem os nostálgicos da ilusão marxista. Hoje o tema tem de ser tratado com recurso a tons mais suaves, para não assustar. Egoísta versus Altruísta e rico/velho/conservador e cínico versus despojado/jovem/revolucionário e sincero. Coisa quase sem significado hoje em dia. Como refere um dos jovens ao reconhecer a dificuldade de ser revolucionário quando todos os hérois da revolução já estão acessíveis numa qualquer camisola.
Quando é que vamos perceber que a discussão do futuro já não se pode resumir ao problema da riqueza versus pobreza, mas de melhor distribuição e preservação de recursos?
No entanto, o filme não deixa de proporcionar estas e outras reflexões que podem sempre ser positivas e trazer à lembrança para quem andar distraído que atrás de um idealista pode estar escondido um inimigo da liberdade.
A ver, numa destas tardes de chuva…
terça-feira, outubro 11
segunda-feira, outubro 10
Quasi
Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além
Para atingir, faltou-me um golpe de asa ...
Se ao menos eu permanecesse aquém ...
Assombro ou paz ? Em vão ... Tudo esvaído
Num grande mar enganador d´espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor ! - quasi vivido ...
Quasi o amor, quase o triunfo e a chama,
Quasi o princípio e o fim - quasi a expansão ...
Mas na minh´alma tudo se derrama ...
Entanto nada foi só ilusão !
De tudo houve um começo ... e tudo errou ...
- Ai a dor de ser-quasi, dor sem fim ...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou ...
Momentos de alma que desbaratei ...
Templos aonde nunca pus um altar ...
Rios que perdi sem os levar ao mar ...
Ânsias que foram mas que não fixei ...
Se me vagueio, encontro só indícios ...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos d' heroi, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios ...
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí ...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi ...
Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe d´asa ...
Se ao menos eu permanecesse aquém ...
Mário de Sá-Carneiro
Paris 1913 - maio 13
Dedicado às Autárquicas de ontem em Setúbal.
domingo, outubro 9
sexta-feira, outubro 7
Razão e Emoção
Abstenção 2
Inversão do ónus da prova
"A inversão do ónus da prova conduziria, num país como Portugal onde a administração pública, incluindo a máquina fiscal e as polícias, estão muito politizadas, à discricionariedade dessa exigência de prova, tornando-a numa arma política que nenhum governo deixaria de usar. Basta só parar para pensar no que já acontece, para se poder antever com elevado grau de certeza a poderosa arma que vai ser colocada ao serviço do abuso dos governos. É muito, muito preocupante."
Concordamos e acrescentamos:
O Presidente da Republica entrou definitivamente no seu pior momento. Devia ficar calado até ao final do seu mandato. Depois de tantos correctivos e puxões de orelhas a governos anteriores, sobre este nada diz ou faz. Pelo contrário resolve, à boa maneira de quem nada consegue resolver, sugerir uma alteração à lei para acabar com a corrupção. Mas não sugere uma alteração no funcionamento do Estado. Não, esse mantêm-se inalterável, a mudança faz-se contra os cidadãos.
Tornar possível a intromissão do Estado na vida dos cidadãos é para além de perigoso absolutamente irresponsável, porque o senhor Presidente não percebeu ainda que quando o Estado é acompanhado pelo mau funcionamento da justiça é absolutamente mais poderoso que os cidadãos. Quem irá proteger o desgraçado? Não podemos permitir que pelo mau funcionamento do Estado e dos diversos “sistemas” se ponha em causa o cidadão e não o mau funcionamento das instituições.
Imaginam quem iriam ser os primeiros beneficiários desta inversão do ónus da prova ? Não seria ninguém conhecido de certeza, a não ser que começassem por algum Isaltino ou por alguma Fátima, pessoas em posição fácil para se tornarem bodes expiatórios, para que outros ali ganhassem as câmaras tranquilamente.
Sim porque alguns dirigentes partidários até já se manifestam contra as candidaturas independentes – protagonizadas por esses chatos que quando deixam de dar jeito insistem em se manter candidatos – depois de todos os partidos terem apoiado esta iniciativa em prol da abertura à sociedade. Pois a abertura tem destas coisas. Principalmente quando essas pessoas têm, ou tiveram, a cobertura do sistema partidário e depois beneficiam do mau funcionamento da justiça.
O problema aqui não é a democracia, que com todos os defeitos é o único sistema auto-correctivo, mas o mau funcionamento da justiça.
Abrir esta “Caixa de Pandora” só serve para aliviar a má consciência de quem se sente impotente para resolver o que está ao seu alcance, fazendo de conta que não.
quinta-feira, outubro 6
Abstenção
terça-feira, outubro 4
Boa Dr. Jorge Miranda
segunda-feira, outubro 3
domingo, outubro 2
A Leste do Paraíso
A não perder a homenagem que hoje a RTP 1 pelas 21.30 h, faz a James Dean. Obrigado pelo "lembrete" cara Sulista.
Atentado em Bali
Maneirismos 1
Baptismo de Cristo
O mês de Outubro é dedicado à pintura e aos pintores “maneiristas”. Não encaramos o termo do ponto de vista cronológico - período maneirista no século XVI - mas no sentido do feito à maneira de, onde se acentua a carga emocional do corpo humano, da cor, da forma e da composição geral do quadro.
Começamos com El Greco. Um dos maiores.
sábado, outubro 1
Direito de resposta
Relativamente à primeira não pensamos que a classe política tenha o monopólio da "corrupção e da falsidade". Muita dela cabe nesta categoria, é verdade, mas infelizmente em muitos outros aspectos da vida portuguesa isso também acontece. Aquilo que observamos nos diversos “palcos” em que nos movimentamos não é muito melhor ou muito pior é até muito semelhante. Os valores de “sucesso” na nossa sociedade são muito – esses sim – generalizáveis. O indivíduo de sucesso é o que conseguiu "chegar lá", aquele "lugar" importante onde tem o carro X e lhe permite adquirir Y e ser, supostamente um individuo importante. Não interessando nada o que fez para o conseguir, ou qual o seu verdadeiro mérito.
A degradação dos valores é de tal ordem que poderemos vê-la muito bem retratada nestas eleições autárquicas. Os novos autarcas independentes – Isaltino, Felgueiras, etc – vão provavelmente ganhar nos seus concelhos. Porque o povo também já não acredita em “gente séria”, acredita, isso sim que todos os políticos são “iguais” – dai o problema da generalização - mas aqueles ao menos resolvem os seus problemas. E não nos venham com a conversa do povo “atrasado e inculto”, que em Oeiras essa é difícil de ser verificada, pois é o concelho com maior número de licenciados do país. E muitos desses também pensam votar Isaltino. Os valores éticos e morais não dependem do grau de escolaridade.
Outro aspecto diferente é a “falsa promessa”. Também pensamos que a relação entre eleitores e eleitos está deteriorada, mas não sabemos quem terá mais responsabilidades. E passo a explicar. Por exemplo Sócrates ganhou porque prometeu aquilo que o povo queria ouvir, sabendo que não podia fazer o que prometia. Mas assim, como prova o seu resultado nas últimas legislativas, conseguiu a maioria absoluta, mentindo.
Porquê? Não foi por gostar de ser enganado. Não. Foi porque o “povo” não está interessado em mudar de vida. (E o pior é que querendo ou não vai ter mesmo de o fazer) E votará em qualquer um que lhe prometa, não o céu, porque isso já ninguém acredita, manter o modo de vida a que está habituado.
No nosso entender era fundamental dizer a verdade e só a verdade só que - tememos - muita pouca gente estaria disponível para a ouvir. Talvez só batendo mesmo no fundo, o que parece ainda não ter acontecido. Vamos esperar pelos indicadores e resultados que estão par vir no fim do ano… A realidade é sempre o melhor remédio. Mas como já escrevemos antes nesta história não há inocentes.
sexta-feira, setembro 30
James Dean
Dias de Setembro 30
Self-Portrait
1925-30
Hoje termina a homenagem a este magnifico pintor americano (1882-1967), que esteve presente neste blog com 28 quadros e 2 desenhos ao longo de todo este mês de Setembro.
quinta-feira, setembro 29
Soares e Alegre
Dias de Setembro 29
quarta-feira, setembro 28
Dias de Setembro 28
The "Martha Mckeen" of wellfleet
Vontade de partir, de navegar para outros portos para outras paisagens.
terça-feira, setembro 27
Dicionário Autárquico 1
A natalidade e a competitividade territorial
Ter filhos é cada vez mais, nesta sociedade consumista e voltada para o prazer imediato, encarado como um acréscimo de despesa e de “chatices”. Para além do factor individual, que não interessa para já reflectir, é cada vez mais necessário perceber o que leva a sociedade a pensar assim. Quem tem filhos sabe quão dificultada tem a sua tarefa na sociedade actual.
Este é um assunto que valia a pena discutir. É necessária uma politica voltada para a família assim como a revalorização social do seu papel. Este tema, é um dos temas que gostaríamos de ver debatido nas autárquicas porque, apesar de ser um problema de contornos nacionais, é no plano local que se decidem os aspectos mais directamente a ele ligados. A competitividade territorial está a passar cada vez mais por aqui. Logo a competitividade das cidades.
No futuro – e já no presente, veja-se o caso do Alentejo e das zonas fronteiriças – a fixação de população é essencial para o desenvolvimento local e regional. As condições de vida oferecidas por cada cidade/região são fundamentais para a fixação de população. E não pensem que é só um problema de “interioridade” porque dentro das áreas metropolitanas as condições de fixação de famílias jovens é, a par do emprego e do preço da habitação, um dos factores de maior peso nesta competição territorial.
O Taxista
O amor é o amor
O amor é o amor - e depois?!
Vamos ficar os dois
a imaginar, a imaginar?..
O meu peito contra o teu peito,
cortando o mar, cortando o ar.
Num leito
há todo o espaço para amar!
Na nossa carne estamos
sem destino, sem medo, sem pudor,
e trocamos - somos um? somos dois? -
espírito e calor!
O amor é o amor - e depois?!
Alexandre O´Neill
segunda-feira, setembro 26
domingo, setembro 25
Porque
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Sophia de Mello Breyner
sábado, setembro 24
Boa Vasco
Dias de Setembro 24
Coast Guard Station
sexta-feira, setembro 23
Dias de Setembro 23
Não há inocentes.
“Mais vale um que já se conhece, mas que trabalhe porque roubar todos roubam, este ou menos não se vai embora."
Este parece ser o sentimento que alimenta parte deste fenómeno. É triste mas tem de ser olhado com atenção. Sem falsos puritanismos. Nesta história não há inocentes. Todos, em graus diferentes, estamos a participar ou a assistir.
Aos que assistem recomenda-se muita atenção. O filme, parece, ainda só estar a meio.
quinta-feira, setembro 22
Dias de Setembro 22
quarta-feira, setembro 21
O direito à diferença
Vem isto a propósito de uma petição da ILGA para colocar na agenda politica o “casamento de pessoas do mesmo sexo” pretendendo que este tema seja discutido no parlamento.
Para além da escassa urgência deste tema perante o enorme número de questões na situação político-económica é um tema sem sentido.
O casamento tem uma história bem conhecida. Está intimamente relacionada com a estabilidade social da espécie, onde se contratualizou a relação entre dois seres de sexos diferentes para garantir a segurança dos próprios e da sua descendência. Para não falarmos dos fundamentos religiosos ou espirituais. De uma forma simplificada e rápida estas foram as razões perenes para a existência do casamento.
A união entre pessoas do mesmo sexo tem apenas a ver com a primeira das razões. Falta-lhe a segunda. Por enquanto a procriação ainda está dependente dos dois sexos, masculino e feminino mesmo que artificialmente concebido, todos nascemos com pai e mãe. Por esta razão chamar o mesmo nome a duas realidades diferentes com fundamentos diferentes não tem qualquer sentido.
As uniões de facto já são uma garantia para assegurar os direitos e a segurança legal perante o património (material e outro) entre pessoas do mesmo sexo. O reconhecimento da diferença não tem de tornar tudo igual.
P.s – queremos aqui deixar claro que nada temos contra as diversas formas de amor e união, apenas contra a igualização do que é diferente, porque não é tudo igual as diferenças devem ser devidamente assumidas.
terça-feira, setembro 20
segunda-feira, setembro 19
Dias de Setembro 19
East Wind over Weehawken,
domingo, setembro 18
Será este quadro "arte gay"?
A propósito da propaganda e contra-propaganda acerca da exposição pública, cada vez mais assumida, de um certo “modo de vida gay” não se pode perder o que escreveu sobre o assunto na “Actual” (Expresso) João Pereira Coutinho em resposta António Guerreiro. “Identidade e neurose” é o título do artigo. O seu autor defende a tese simples e evidente de que o “ Homossexual é adjectivo não é substantivo. Descreve um acto não uma identidade”. No essencial está tudo dito.
Será este belo quadro de Bacon, alguma vez, um quadro de “arte gay”?
Tentar catalogar como factor identitário a preferência sexual - ou a cor da pele, por exemplo - não faz o mínimo sentido. Como refere JPC a “elevação da natureza a causa indentitária” não tem qualquer cabimento. Não se escolheu. É assim.
Não vale a pena ser exposto como factor a ter em conta por si só. Uma vítima é uma vítima. Independentemente de ser ou não ser homossexual. Um criador tem mais ou menos valor independentemente de com quem ele anda ou se deita. A obsessão da afirmação com base apenas num factor - sexual ou outro - só torna os próprios “escravos” dessa condição. Quando o ser humano é muito mais do que apenas isso. As criações são humanas não são de sexo, raça ou religião...
Dias de Setembro 18
Gas
Num Domingo como hoje este pode ser o cenário. Por quantos mais anos o será? Eis algo que ninguém se atreve a adivinhar.
sexta-feira, setembro 16
quinta-feira, setembro 15
15 de Setembro dia de Bocage
Lá de Túbal no empório celebrado,
Em sanguíneo carácter foi marcado
Pelos Destinos meu primeiro instante.
Aos dois lustros a morte devorante
Me roubou, terna mãe, teu doce agrado;
Segui Marte depois, e enfim meu fado,
Dos irmãos e do pai me pôs distante.
Vagando a curva terra, o mar profundo,
Longe da Pátria, longe da ventura,
Minhas faces com lágrimas inundo.
E enquanto insana multidão procura
Essas quimeras, esses bens do mundo,
Suspiro pela paz da sepultura
Manuel Maria Barbosa du Bocage
quarta-feira, setembro 14
Indicadores de Educação 1
Continuamos a verificar que, apesar da melhoria dos últimos anos, do conjunto da OCDE, a população portuguesa, entre os 25 e os 34 continua a ser a que menos anos passou na escola: 8,2 anos – 12 na média da OCDE. O México e a Turquia estão nesta lista.
A taxa de conclusão do 12ºAno é de apenas 37% no mesmo grupo etário. Ou seja entre os 25-34 anos 63% não têm o 12ºAno.
Alargando a toda a população adulta (25-64 anos) apenas 22% têm o 12ºAno completo. A média da OCDE é de 66%.
A Coreia do Sul passou de 32% nos nascidos na década de 40 (55-64 anos), para 97% nos nascidos na de 70 (25-34). Sendo hoje o país deste grupo com melhor desempenho neste indicador. Secundado por países como Noruega (95%), Japão e, pasme-se Eslováquia (94%).
No mundo da OCDE quem não completa o Ensino Secundário tem duas vezes mais probabilidades de ficar no desemprego do que os que o completaram. Ou seja, neste mundo, o grau de educação formal obtido faz uma enorme diferença na obtenção de emprego, pois esses empregos exigem cada vez maior qualificação.
Apesar da enorme evolução observada nos últimos anos e de todas as reformas do ensino estes números – tal como outros – não nos podem deixar tranquilos. São demasiados os jovens de hoje que não terminam o secundário. E a exigência do ensino tem vindo a baixar. Não nos parece ser possível continuar a pensar que um certo laxismo conduz a menor abandono escolar. Os números não indicam isso. O que os números indicam é que tem sido à custa do aumento da escolaridade obrigatória que o grau de escolarização aumenta.
Pensamos por isso que o objectivo de aumentar a escolaridade obrigatória para o 12ºAno é fundamental para alterar esta realidade. Não poderá deixar de ser acompanhado de outras medidas – por exemplo: o aumento da exigência através da avaliação das escolas e uma via de ensino profissionalizante verdadeiramente alternativa – mas é indispensável que venha ser implementada.
Sem outros recursos a nossa única riqueza é o material humano e este ainda está muito longe de estar minimamente formado. Sem atacarmos esta realidade todo o restante esforço será em vão.
P.S. -O Relatório trás outros aspectos muito interessantes que abordaremos mais tarde.
terça-feira, setembro 13
segunda-feira, setembro 12
O sexo dos Anjos
"5. PÚBLICO É BOM; PRIVADO É MAU. Há poucos dias, no contexto de várias declarações públicas, entre elas as do Presidente da República sobre as obrigações dos proprietários de florestas, Vital Moreira caricaturou os proprietários privados como incapazes da defesa do interesse público. Editou, no seu blog (cito, com a devida vénia): "A questão dos fogos florestais tornou mais evidente que: (i) a propriedade privada e o mercado não garantem um ordenamento racional da floresta; (...) (iv) a resposta ao flagelo impõe a intervenção do Estado (...). Para desconforto dos ultraliberais, existem áreas onde há Estado a menos, e não a mais...". Vai daí, poucos dias depois, a imprensa noticia declarações oficiais: "Mais de um quinto da área ardida nos incêndios florestais é do Estado". Pouca sorte!"
Todos concordamos que existem algumas que só o Estado tem capacidade e vocação para assegurar. Vamos discutir quais e como os devemos por a funcionar de forma eficaz. Mas mesmo nessas funções os serviços que dai decorrem e podem vir a ser concessionados a particulares.
O caso focado por Mário Pinto a propósito de Vital Moreira parece-nos ser um deles. Dada a fragmentação do território em Portugal terá de ser a Administração (Central, Regional ou Local) a coordenar e a implementar as estratégias definidas. Assim como estabelecer a forma de pagar esse processo, com custos e benefícios repartidos por proprietários, onde se incluiria o próprio Estado. Mas já a sua aplicação no terreno podia ser realizada por empresas privadas.
Estar sempre a discutir o sexo dos anjos não nos parece ser a melhor forma de chegar a Deus. Salvas as devidas diferenças.
Dias de Setembro 12
Ler em viagem. Outro grande prazer. Continuamos sem saber se será o corpo ou a mente o melhor meio para nos transportar.
domingo, setembro 11
Miguelanxo Prado
Dedicamos hoje este pequeno destaque ao mundo da BD.
Tomamos conhecimento com este autor por mero acaso numa imagem publicada num jornal, onde se falava do autor. Uma simples vinheta. Foi de tal forma impressiva aquela vinheta que fixamos imediatamente o nome do autor para logo procurarmos o que estava publicado no nosso “pequeno” mercado.
“O Manancial da Noite”, foi a primeira aquisição. Depois vieram outros. Foi assim que descobrimos este magnífico autor. Confessamos que o que mais nos fascina é o desenho. A cor também é magnífica. As histórias são interessantes e divertidas mas a originalidade, expressividade e diversidade do traço deste autor são o mais fascinante. A ver e ler mesmo para aqueles que não sejam grandes apreciadores do género. Basta que apreciem arte.
11 de Setembro
Após quatro anos homenageamos aqui todos os inocentes que morreram injustamente e pelas razões mais absurdas. Desejamos que nunca mais volte a acontecer. Esperando que a “barbárie” jamais triunfe. Hoje “somos todos de NewYork".